Agência de classificação de risco americana Moody’s rebaixa as notas de crédito da JBS no Brasil e nos Estados Unidos e anuncia possíveis novas reduções nos próximos dias
A agência de classificação de risco norte-americana Moody’s rebaixou as notas de crédito da JBS no Brasil e nos Estados Unidos. Anunciou ainda possíveis novas reduções nos próximos dias.
“O rebaixamento reflete o aumento dos riscos relacionados a potenciais litígios futuros, governança da empresa e liquidez”, diz relatório publicado na manhã desta segunda-feira (22). “Esses riscos, além da elevada alavancagem financeira da JBS S.A., justificavam um rebaixamento imediato em um nível”, afirma o texto.
As notas foram reduzidas em um grau no Brasil e nos Estados Unidos. A avaliação da JBS SA caiu de Ba3 para Ba2. Já a da JBS USA (subsidiária americana da empresa) passou de Ba2 para Ba1.
Justificativa
Segundo a Moody’s, as notas das empresas do grupo seguem em processo de revisão e poderão ser rebaixadas novamente. Basta haver novas “informações sobre quaisquer investigações criminais em andamento”. O que inclui possíveis multas, executivos envolvidos, outros passivos e ramificações.
A agência justifica o rebaixamento como consequência da confirmação do acordo de delação premiada firmado pela JBS com a Procuradoria-Geral da República. A divulgação de detalhes do acordo desencadeou a maior crise política enfrentada pelo presidente Michel Temer.
A redução das notas é mais um obstáculo para o processo de oferta de ações que a empresa prepara para o segundo semestre nos Estados Unidos.
A empresa possui 65 frigoríficos espalhados em território americano e já lidera as vendas de carne bovina, ovina e de frango no país. Pretende expandir ainda mais sua atuação com a subsidiária JBS Foods International.
Ainda segundo a Moody’s, novos rebaixamentos irão considerar a possibilidade de redução da liquidez da JBS, como consequência dos efeitos políticos e econômicos do acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. “No momento, a liquidez da JBS é adequada”, aponta o relatório.
A Moody’s destaca que sete executivos da empresa e sua controladora, a J&F Investimentos, tiveram seu acordo de delação premiada ratificado pelo STF. O acordo prevê pagamento de multa de R$ 225 milhões pelos executivos, além de cooperação com as investigações.