Todos os estados e o DF registraram manifestações contra o impeachment. No total, foram 824 mil manifestantes, segundo organizadores, e 159 mil, segundo a PM.
As ruas de todas as capitais brasileiras foram tomadas na noite desta quinta-feira (31) por manifestações de apoio à presidente Dilma Rousseff e contra o impeachment. Em Vitória, um grupo saiu da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) à tarde e seguiu para a Assembleia Legislativa do Estado (Ales), onde já se encontrava outro grupo. Segundo a Polícia Militar, um total de 2 mil pessoas, aproximadamente, participaram dos atos. Os organizadores falaram entre 5 mil e 7 mil participantes.
Em São Paulo, a concentração foi na Praça da Sé, com a participação de integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Frente Brasil Popular, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central de Movimentos Populares (CMP) e Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. O protesto foi encerrado por volta das 8h30, com os manifestantes cantando o Hino Nacional. Segundo os organizadores havia 60 mil manifestantes, para a PM 18 mil e para o Datafolha foram 40 mil.
Em Brasília, manifestantes seguiram em marcha até o Congresso Nacional, após se reunir em quatro pontos da cidade. Segundo os organizadores havia 200 mil pessoas, mas a PM faça em 40 mil. Manifestantes contrários ao impeachment ocupavam quatro pontos na área central de Brasília desde o início do dia: Estádio Nacional Mané Garrincha, Banco Central, Teatro Nacional e gramado do Congresso Nacional. A partir das 16h, os grupos que estavam em outros pontos da cidade iniciaram uma marcha até o Congresso. Eles ocuparam as faixas do Eixo Monumental – que já tinha o trânsito bloqueado – com gritos de “o povo unido jamais será vencido” e “não vai ter golpe, vai ter luta”. Por causa da manifestação, todos os retornos da Esplanada dos Ministérios – à exceção da passagem da Alameda dos Estados – foram bloqueados desde o início da manhã. No edifício do Congresso, os manifestantes projetaram as frases “não vai ter golpe” e “Fora Cunha”.
Em Salvador, os manifestantes fizeram uma caminhada no Centro da capital baiana. Antes da concentração, na Praça da Piedade, houve uma vigília na Praça do Campo Grande. O ato que reuniu 20 mil participantes, segundo organizadores, e 12 mil, segundo a PM. acabou por volta das 19h30.
Na capital mineia, 40 mil, segundo organização, e 5 mil, segundo a PM se reuniram na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte. Vários artistas se apresentaram durante o protesto chamado “Canto da Democracia”.
Em Recife, o ato em defesa da presidente reuniu, segundo os organizadores, 90 mil pessoas, mas a PM falou em 6 mil. Eles se concentraram na Praça do Derby, na tarde desta quinta-feira (31) e, por volta das 18h, iniciaram uma passeata até a Avenida Conde da Boa Vista. O grupo seguiu então para a Praça da Independência, na região central da cidade, onde o ato terminou por volta das 20h30.
No Rio de Janeiro, 80 mil pessoas, segundo os organizadores (não houve estimativa da PM), participaram do ato chamado de Jornada pela Democracia, no Largo da Carioca, no Centro. Às 18h30, começaram shows musicais e Chico Buarque esteve entre os artistas que se apresentaram. Com gritos de “não vai ter golpe”, os manifestantes diziam que a cassação do mandato de Dilma configura um ataque à democracia.
Em Curitiba, cidade sede da Operação Lava Jato, foram 5 mil manifestantes segundo os organizadores, e 1,5 mil segundo a PM, que começaram a se reunir por volta das 17 horas. O protesto aconteceu em frente ao Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Praça Santos Andrade. Diferente da manifestação anterior, não houve caminhada.
E no exterior, houve um ato em Lisboa, com cerca de 50 manifestantes, em frente à Faculdade de Direito da Universidade da cidade, onde está sendo realizado o Seminário Luso-Brasileiro com autoridades e políticos brasileiros, como os senadores José Serra (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG). Também houve manifestação em Londres.