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sábado, 27 abril, 2024

Mais de 200 mil mulheres são donas de negócios no ES

No Espírito Santo, as donas de negócios também encontram qualificação e linhas de financiamento para empreender

Por Amanda Amaral 

No Espírito Santo, a mulheres são donas de mais de 200 mil empreendimentos, o que corresponde a uma grande parte dos novos negócios abertos em solo capixaba, 33,5%. Mais de 93 mil empreendedoras são as chefes de domicílio, ou seja, as responsáveis por manterem o sustento da casa e isso representa mais de 45% dessas mulheres.

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As informações são do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae-ES). A maioria das empreendedoras é negra (56,7%) e atua por conta própria (85,1%). Além disso, os setores em que as mulheres empreendedoras se destacam são Serviços (47,5%); Comércio (26%); e agropecuária (15%).

Uma pesquisa do World Gender Gap Report 2022 aponta que, em um cenário de crise, durante a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), o empreendedorismo feminino deu um salto global e só no Brasil a participação das mulheres nos negócios avançou 41%.

Qualificação profissional

Diante deste cenário, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), em 2021, lançou o Mulheres Empreendedoras. O programa de formação é voltado para mulheres com aulas direcionadas para o empreendedorismo, mercado de trabalho e educação financeira. A ação é desenvolvida em parceria com a Associação Júnior Achievement do Espírito Santo.

A qualificação é fundamental para que as mulheres se mantenham atualizadas sobre o mercado e saibam administrar melhor o próprio negócio, de acordo com o Bandes. A qualificação oferta conhecimento sobre temas como gestão, círculo de negócios, matriz swot e outras estratégias que podem auxiliar as empreendedoras no avanço da gestão das atividades produtivas.

Linhas de financiamento

O banco de desenvolvimento capixaba dispõe também da linha Bandes Retomada, com 20% dos recursos para serem destinados, exclusivamente, a empresas lideradas por mulheres.

A iniciativa faz parte das estratégias adotadas pelo Bandes como forma de reforçar a capacidade de dar suporte financeiro às empresas do Estado, impulsionando a inclusão de gênero por meio da coleta e do monitoramento de dados desagregados por sexo dos líderes ou proprietários das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs). A ideia é aumentar a participação efetiva de créditos de capital de giro para as capixabas e MPMEs lideradas por mulheres.

Ramo da cosmética

donas de negócios
A empresária Denize Nascimento criou um plano de negócios que possui preocupação com a inclusão. Foto: Divulgação

As empresárias Denize Nascimento (Nativa Eco Cosméticos); Ana Paula Serrano e Fernanda Sabra Oliveira (Te Atende); Bruna de Magalhães, Thagua de Oliveira e Carolina Pitol (Tudo Delícia) ilustram bem este cenário de fortalecimento do empreendorismo feminino no Espírito Santo.

Para Denize Nascimento, que atua no ramo de cosmética, o plano de negócios e o modelo de atuação da empresa dela têm toda uma preocupação com a inclusão. Por ser liderada por uma mulher negra, há toda uma preocupação em dar oportunidades às pessoas que, como ela, tiveram dificuldades para chegar onde chegou.

“Percebemos que o público quer ser acolhido e, hoje, as pessoas estão com a saúde mental afetada. O novo empreendimento faz uma união entre o espaço físico, a massoterapia e a acupuntura. É a união entre a saúde e os cuidados estéticos”, explica Denize Nascimento. A empresa dela nasceu em 2016 e tem como principal diferencial o fato de que os produtos são elaborados com formulações próprias, isentos de petroquímica, corantes sintéticos, conservantes e gordura animal.

Bolo caseiro

Já as sócias Bruna de Magalhães, Thagua de Oliveira, Carolina Pitol e Bruna de Magalhães estão à frente da empresa que surgiu a partir da percepção da demanda crescente por um local que disponibilizasse lanches, aliado a um ponto estratégico para a abertura do empreendimento e um modelo de negócios que estava em crescimento, o de casas de bolos. “O segmento de confeitaria se tornou, aos poucos, refinado. O bolinho caseiro é um resgate dessa memória de infância, do bolo preparado em casa”, exemplificou Bruna de Magalhães.

Elas contaram com o apoio do Bandes, após fazer a pesquisa de mercado e o plano de negócios, entendendo que as condições apresentadas pelo banco contribuíram para a estruturação do empreendimento. “Tivemos um processo rápido e uma carência que nos permitiu ter fôlego no início das atividades. No começo, todo negócio precisa de um período para ser conhecido pelas pessoas e ganhar conhecimento do mercado para se adaptar”, complementou Bruna de Magalhães.

Aceleração de startups

No caso de Ana Paula Serrano e Fernanda Sabra Oliveira, a startup Te Atende, gerida por elas, passou pelo processo de aceleração digital da Ace, um dos desdobramentos do FIP Funses 1, o Fundo de Investimento em Participação do Fundo Soberano do Espírito Santo, que é operado pelo Bandes. A Te Atende é uma startup com foco no diagnóstico das habilidades e atitudes dos atendentes, pela qualificação e o acervo de profissionais que trabalham com atendimento, sendo o público de varejo e o setor de serviço o principal alvo do negócio delas.

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Ana Paula Serrano e Fernanda Sabra Oliveira criam a startup Te Atende, gerida por elas. Foto: Divulgação

Ana Paula Serrano conta que soube do programa de aceleração digital e logo ela e Fernanda Oliveira realizaram a inscrição. Na época, ainda em fase de validação, a aceleração veio em um momento ideal. “Foi uma experiência enriquecedora que nos abriu muitas portas. Tudo ocorreu de maneira natural e, mesmo durante as aulas e mentorias, já estabelecemos conexões e até começamos as primeiras captações de clientes”, comentou a empresária.

O diretor-presidente do Bandes, Munir Abud de Oliveira, ressaltou que as ações do banco têm sido um importante mecanismo para as lideranças femininas dentro do setor comercial no Espírito Santo. “O Estado tem uma pluralidade de negócios de sucessos que são liderados por mulheres. Com o programa de capacitação e a destinação de crédito exclusivo para empreendedoras, o Bandes age para combater a desigualdade de gênero no mercado de trabalho e intensifica as qualidades profissionais do empresariado feminino”, destacou.

 

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