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sábado, 27 abril, 2024

Lojas Americanas entra com pedido de recuperação judicial

Petição da Lojas Americanas mostra pressão de bancos e dificuldades com capital de giro como entraves para continuar funcionando

Por Amanda Amaral

O Grupo Americanas S.A. entrou com pedido de recuperação judicial, nesta quinta-feira (19). No mesmo dia, o pedido foi aceito pela 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. A varejista acumula dívida em torno de R$ 40 bilhões.

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O Portal ES Brasil teve acesso à petição da Lojas Americanas na íntegra. No documento, a empresa alega que a pressão dos bancos e os desdobramento dos últimos dias tornaram difícil a continuidade das operações da companhia. 

Após informar o déficit em “inconsistências” contábeis referentes a exercícios anteriores, incluindo 2022, a Americanas obteve liminar da Justiça que a protege por 30 dias de seus credores.

Contudo, o BTG Pactual S.A. conseguiu, na tarde de quarta-feira (17), o direito de bloquear R$ 1,2 bilhão da companhia. Além disso, a empresa viu suas ações caírem em até 80% em uma semana e suas notas de crédito serem rebaixadas pelas agências de risco.

Capital de giro

Na tarde de hoje, a empresa alegou na petição problemas com capital de giro. “Esses fatos, isoladamente, já tornariam extremamente difícil a continuidade das operações do Grupo Americanas por 30 dias, concedidos por esse MM. Juízo, mas a situação ficou ainda pior em razão dos consecutivos rebaixamentos de rating da Americanas, pelas agências de classificação de risco (doc. 2), o que fez com que os bancos se negassem a adiantar recebíveis de cartão de crédito, operação rotineira e historicamente feita pelo Grupo Americanas para capital de giro, drenando mais de R$ 3 bilhões do caixa da Companhia”, cita um dos trechos do documento.

A Lojas Americanas pede ainda apoio e compreensão do Poder Judiciário e dos credores para superar essa crise: “Esse breve resumo, somado a tudo que foi narrado na petição inicial da ação cautelar, demonstra que o Grupo Americanas é muito mais do que aparenta neste momento de tormenta pelo qual está passando. A Americanas é, sem receio de se estar cometendo um exagero, uma gigante nos mercados brasileiro e mundial, que precisa do apoio e da compreensão do Poder Judiciário e dos credores para superar essa crise”, destaca outro treço da petição.

Comitê de investigação

De acordo com o pedido de recuperação judicial, o Conselho de Administração da Americanas criou um comitê independente formado por profissionais, que será responsável por investigar e apresentar suas conclusões aos acionistas, ao mercado e à sociedade em geral.

“A despeito disso, em uma análise preliminar, a área contábil da Companhia, por meio do relatório gerencial de fluxo operacional, estima que os valores das inconsistências sejam da ordem de R$ 20 bilhões, na data base de 30.9.2022, o que poderá elevar o endividamento financeiro do Grupo Americanas para o montante aproximado de R$ 40 bilhões. Contudo, em razão do potencial descumprimento de obrigações contratuais acessórias, previstas em vários dos contratos celebrados com seus credores, inclusive estrangeiros, tornou-se iminente o risco de declaração de vencimento antecipado e imediato da totalidade de suas bilionárias obrigações, seguido da ‘corrida pelos ativos’ das Requerentes, tal qual se evidenciou na última semana”, aponta o pedido.

Empregos diretos e indiretos

A companhia alega ainda que gera mais de 100 mil empregos diretos e indiretos, arrecadando mais de R$ 2 bilhões em tributos por ano, e que mantém, aproximadamente, 3.600 estabelecimentos espalhados por todo o país, atendendo a mais de 50 milhões de consumidores.

 

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