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sábado, 7 DE dezembro DE 2024

IPCA de abril menor e Brasil tem a primeira deflação do ano, alerta especialista

O IPCA ficou em 0,31, resultado negativo para a economia, aconteceu pela última vez em setembro de 2019

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (08), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pesquisa mensal que mede a variação de preços do mercado para o consumidor final e representa o índice oficial da inflação no Brasil.

Para o especialista da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), instituição ligada à Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA-USP), Estevão Garcia, a queda de 0,31% em abril, após subir 0,07% em março, resulta na primeira deflação de 2020. Trata-se da maior queda desde 1980, primeiro ano com dados para o mês. “Este é o momento em que podemos ver, claramente, a comprovação do desaquecimento da economia por conta da Covid-19”, alerta.

Garcia explica que o resultado será bom para o consumidor, mas negativo às empresas. “As pessoas jurídicas deverão renegociar dívidas, conversar com seus fornecedores para diminuir os valores e tentar retornar às atividades para um possível reajuste É um momento em que o governo deve até pensar em desoneração de impostos”, diz.

O índice, quando comparado entre dois períodos, mostra o começo dos reflexos negativos da doença. Em março de 2019, o resultado foi de 0,75%, agora, no mesmo mês, sendo referente ao último resultado, o número teve uma queda notável de 0,07%, que ainda assim não acarretou em deflação. Hoje, o acumulado nos últimos 12 meses seria de 3,30%, como projetado, mas devido à Covid-19, a tendência anual é que caia no curto prazo, atingindo 2%.

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Na visão do especialista, o IPCA poderá afetar os investimentos que são atrelados ao índice, ou seja, apenas aos que podem ter sua rentabilidade afetada, outros nem tanto. “Os menos afetados serão os fundos de investimentos creditórios, que pagam melhor, os fundos atrelados à variação cambial, em que o dólar bate recorde diário, os fundos ligados às ações, as aquisições indiretas na bolsa e os fundos de investimento imobiliário”, ressalta.

Garcia cita que os principais setores afetados pela deflação serão: transportes, por conta da forte queda nos preços dos combustíveis, os objetos de residência e roupas, já que não há vendas, apenas estoques e, também, todos os produtos de necessidade básica. Em contrapartida, os alimentos que sofrem com o aumento do dólar são as commodities. “O poder de compra do consumidor tende a aumentar, porém temos a questão do crescimento do desemprego e, também, o fato de que as empresas estão cortando temporariamente parte do salário, entre outros fatores que influenciam neste sentido”, alerta.

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