Tire suas dúvidas e aprenda sobre a poupança – a modalidade de investimento mais popular entre os brasileiros
Será que vale a pena investir na poupança? Ter uma poupança, ao longo dos anos, tornou-se sinônimo de guardar ou investir dinheiro. E é justamente essa identificação que ainda faz com que a maioria dos brasileiros escolha a conta poupança como principal modalidade de investimento.
Segundo pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), entre os brasileiros que conseguem guardar ou investir alguma quantia, 65% aplica o dinheiro na caderneta de poupança. A pesquisa revelou ainda que o perfil do poupador brasileiro é conservador, já que as segunda e terceira opções mais citadas, respectivamente, foram manter o dinheiro em casa e deixá-lo parado na conta corrente.
“A maioria das pessoas ainda escolhe a poupança como instrumento de reserva. Em primeiro lugar, há a segurança de algo que já é conhecido. Segundo, pela facilidade de colocar em um instrumento oferecido por todos os bancos”, explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Marcela reconhece o potencial da poupança como passo inicial para quem está começando ou aprendendo a lidar com as contas. Mas se esse é o seu caso, não pare por aí. “Uma vez que o hábito tenha sido criado e o montante investido comece a crescer, é muito importante procurar investimentos mais vantajosos”, aconselha a economista.
Quanto rende a poupança?
Para saber se vale a pena investir na poupança, é preciso entender quando rende a caderneta. Sua rentabilidade está diretamente relacionada à taxa Selic, a taxa básica de juros, e que serve de referência para vários outros investimentos. Atualmente, a taxa Selic é de 6% ao ano.
Nessas condições, ou seja, quando a taxa básica está fixada em menos de 8,5%, a rentabilidade da poupança é de 70% da Selic, equivalente a 4,2% a.a atualmente.
Quando a taxa Selic é igual ou superior a 8,5% a.a., a poupança rende a chamada Taxa Referencial ou TR (que é de 0% no momento) mais 0,5% ao mês.
Existem ainda as regras da chamada “velha poupança”, aplicável apenas para os depósitos realizados até o dia 3 de maio de 2012. Nesse caso, a poupança rende 0,5% ao mês (o que totaliza cerca de 6,17% ao ano), mais a TR, independentemente do valor da Selic. Estima-se que haja um valor entre R$ 90 bilhões e R$ 185 bilhões aplicados na velha poupança.
Vale lembrar que o rendimento da poupança é creditado ao investidor de acordo com a data de aniversário do depósito. Por exemplo: se você faz um depósito no dia 15 de agosto, o rendimento desse valor só será creditado na sua conta no dia 15 de setembro. Se, por algum motivo, você fizer um saque dessa quantia no dia 14 de setembro, o rendimento será nulo.
Quais investimentos são melhores do que a poupança?
Se você já se acostumou com a tarefa de guardar uma quantia mensal – e tem feito isso na poupança – está na hora de alçar voos maiores. O ideal é migrar para investimento que ofereçam a mesma segurança da poupança com rendimentos melhores. A sugestão dos especialistas é o Tesouro Selic.
“No curto prazo, a aplicação na poupança para prazos de até seis meses fica pouco abaixo do Tesouro Selic, desde que o investidor não esteja pagando nenhuma taxa para a corretora que faz a intermediação da compra do título. Simuladores disponíveis na internet podem te auxiliar a tomar a melhor decisão”, explica José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil.
A pouca diferença de rendimento entre as duas modalidades se dá, principalmente, porque, para os investimentos de até 180 dias no Tesouro Selic, há a cobrança do Imposto de Renda, com alíquota de 22,5%. Sobre a poupança, não há incidência de IR.
“O Tesouro Selic tem rendido um pouco acima da poupança, inclusive para o curto prazo. No médio e longo prazo, a diferença entre os rendimentos das duas modalidades são ainda mais significativas”, analisa Marcela.
Existe diferença entre caderneta e coselenta poupança?
Não. São apenas duas nomenclaturas diferentes para o mesmo produto. “Ao abrir uma caderneta de poupança, você estará abrindo, na realidade, uma conta poupança. No geral, os bancos oferecem um cartão atrelado à conta que permite realizar pagamentos no débito e saques no caixa eletrônico, além de não haver cobrança de tarifas”, explica Marcela. Essas, somadas à liquidez (possibilidade de sacar o dinheiro no mesmo dia em que precisar), são as principais vantagens de ter uma conta poupança, e não a rentabilidade da modalidade em si.
“Vale lembrar que existem aplicações em fundos que dão liquidez para o mesmo dia do pedido de resgate e que também servem para emergências, porém, para valores de curto prazo, diante da isenção de Imposto de Renda, a poupança pode ser uma boa opção”, explica Vignoli.
Antes de tomar sua decisão sobre qual investimento escolher, reflita sobre os seus objetivos e os prazos para os retornos. Se você tem a possibilidade de investir em prazos mais longos, o ideal é migrar para uma corretora para conhecer o máximo possível de investimentos e diversificar sua carteira. “É preciso perguntar, pesquisar e comparar. Não tenha pressa, pois é melhor demorar um pouco para se decidir do que se arrepender depois”, aconselha Vignoli.
*Da redação com informações do site Meu Bolso Feliz
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