Presidente do Corecon-ES, Claudeci Neto comenta sobre a alta da inflação de 0,17% em Vitória
Por Amanda Amaral
A inflação em Vitória teve alta em setembro. A elevação foi de 0,17% e puxada pela taxa de água e esgoto (13,01%) e da energia elétrica residencial (4,95%). As informações são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgadas nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta de setembro foi a única registrada dentre as 16 áreas onde a pesquisa é realizada. Salvador apresentou a maior alta no acumulado do ano (4,97) e a maior no acumulado de 12 meses (8,87%).
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No ano, Vitória acumula alta de inflação de 3,64% e no acumulado de 12 meses de 7,07%. “A alta de 0,17% representa uma pequena inflação, puxada pelo reajuste nas taxas. O índice está muito ligado à região, então a queda da inflação no Brasil em setembro pode dar uma falsa sensação, já que houve elevação em Vitória”, comenta o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES), Claudeci Pereira Neto.
No Brasil, o IPCA de setembro foi de -0,29%, terceiro mês seguido de deflação. Foi a menor variação para um mês de setembro desde o início da série histórica, segundo o IBGE. No ano, o índice acumula alta de 4,09% e, nos últimos 12 meses, de 7,17%, abaixo dos 8,73% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2021, a variação havia sido de 1,16%.
Combustíveis e transporte
“O recuo se manteve basicamente pelo mesmo motivo que em agosto, a queda do preço dos combustíveis, principalmente a gasolina, que é um item que tem bastante peso no IPCA. O mais importante foi a queda do preço do diesel, em razão do frete. Essas baixas se refletem também no desempenho do grupo Transportes”, explicou o presidente do Corecon-ES.
A redução no preço dos combustíveis foi de -8,50%, puxado pela gasolina (-8,33%). Já o etanol apresentou redução de 12,43%, o óleo diesel de 4,57% e gás veicular de 0,23%. “A expectativa é de que o diesel caia nos próximos meses mais um pouco, mas temos que avaliar como se comportará o dólar e o preço do barril de petróleo, o melhor é torcer para que eles não aumentem”, avalia Claudeci Neto.
Cabe mencionar ainda o recuo nos preços das motocicletas (-0,08%), dos automóveis novos (-0,15%) e dos automóveis usados (-0,38%), que haviam subido no mês anterior. Dos grupos de produtos e serviços pesquisados, apresentaram queda em setembro Transportes (-1,98%) e Comunicação (-2,08%).
Alimentação e bebidas
Além destes, o grupo Alimentação e Bebidas passou de +0,24% em agosto para -0,51% em setembro, puxado pela alimentação no domicílio (-0,86%), o que Claudeci Neto considerou um destaque positivo.
“Essa leve queda é boa para as pessoas com menor poder aquisitivo e se deu muito em virtude de alguns itens como o leite, por exemplo, que teve redução de -13,71% no preço. Infelizmente, a população ainda não consegue sentir a queda em todos os itens, mas o importante é que os preços continuem caindo”, comentou.
Passagens aéreas
Para o presidente do Corecon-ES, itens relacionados à grupos que representam o setor de serviços apresentam maior relutância na redução da inflação. “Há uma dificuldade de controlar a inflação de serviços como a passagem aérea”.
As passagens aéreas subiram 8,22%, após a queda de 12,07% em agosto. Com isso, este item teve o maior impacto individual positivo no índice de setembro (0,05 p.p.), entre os 377 subitens pesquisados, segundo o IBGE.
Para o IPCA, o IBGE faz um levantamento mensal, em 13 áreas urbanas do Brasil de, aproximadamente, 430 mil preços em 30 mil locais. Todos esses preços são comparados com os preços do mês anterior, resultando num único valor que reflete a variação geral de preços ao consumidor no período.
Com informações do IBGE.
