Pesquisadora da Ufes revelou que, além do elevado consumo de álcool, há outros fatores associados a esse diagnóstico
Por Kebim Tamanini
Uma pesquisa de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Saúde (PPGNS) da Ufes concluiu que homens que apresentam um elevado consumo de álcool estão mais suscetíveis ao desenvolvimento de obesidade abdominal, conhecida popularmente como “barriga de chope”, do que as mulheres na mesma situação.
A pesquisa analisou dados de 3.591 participantes, sendo 56% do sexo masculino e 44% do sexo feminino, com idade média de 57,7 anos. O estudo abordou pessoas que consomem diversas bebidas, incluindo as destiladas (cachaça, vodca e uísque), cerveja e vinho (branco e tinto).
Após nove anos de acompanhamento, foi observado que a cerveja se destacou como a bebida mais consumida por mais da metade da população estudada (72,5%). Os participantes foram submetidos a entrevistas detalhadas sobre aspectos como condição de vida, diferenças sociais, relação com o trabalho, gênero e especificidades da dieta.
Para o diagnóstico de obesidade foram considerados os pontos de corte do perímetro abdominal preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o teste Kolmogorov Smirnov e modelos de Poisson (testes estatísticos).
“Além do consumo de álcool, outros fatores como composição corporal, metabolismo, fatores hormonais, e até mesmo o próprio gênero, podem influenciar no diagnóstico”, esclareceu Laís Marinho, autora da pesquisa.
Apesar de não ter associação com bebida alcoólica, foi observada também uma maior incidência de obesidade abdominal em mulheres de cor branca e idade média de 56,9 anos, não fumantes, que praticavam menor tempo de atividade física por semana e com menor renda per capita.
A pesquisadora Laís Marinho pontuou que a prevenção e tratamento da “barriga de chope” podem ser evitados através da adoção de um estilo de vida mais saudável, que inclua práticas como uma alimentação balanceada, a prática regular de atividades físicas e o manejo do estresse.