Entre janeiro e abril deste ano, saíram dos portos capixabas 22% de todo o chocolate não recheado exportado pelo Brasil
Por Kikina Sessa
O Espírito Santo é o 3º maior produtor brasileiro de cacau, com expressiva produção em 45 municípios. Dentro do Estado, Linhares se destaca, com o município concentrando 69,78% da produção estadual. Essa produção fortalece a economia capixaba, assim como seu principal produto derivado, o chocolate.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), por meio da Receita estadual, o Espírito Santo ocupou uma importante posição no ranking dos maiores exportadores de cacau e chocolate no primeiro quadrimestre deste ano. No ranking dos exportadores de “chocolate não recheado, em tabletes, barras e paus” , de “chocolate recheado, em tabletes, barras e paus” e de “cacau em pó, sem adição de açúcar ou outros edulcorantes”, o Estado ocupou a terceira colocação entre os que mais exportaram.
Em valor de mercadoria, o Estado exportou, respectivamente, cerca de 22%, 7% e 2% destes produtos exportados pelo país. Já para “outros chocolates e preparações alimentícias contendo cacau” , o Espírito Santo foi o quarto maior exportador em valor de mercadoria, sendo responsável por aproximadamente 8% da exportação nacional.
Foram 1.023 toneladas exportadas entre janeiro e abril, movimentando quase US$ 6 milhões (tabela FOB, usada no frete), o que equivale a R$ 31,4 milhões (cotação atual).
Maíra Welerson, presidente do Sindicacau (Sindicato da Indústria de Produtos de Cacau e Balas, Doces e Conservas Alimentícias do Estado) reforça que a balança comercial do Espírito Santo é superavitária para o setor, ou seja, exporta mais produtos derivados do cacau e de chocolates do que importa.
Apesar do aumento na produção e na exportação, a presidente comenta que há desafios para essa indústria. “De um lado, custos cada vez maiores, e, do outro, temos um consumidor cada dia mais exigente. Nosso foco é buscar soluções para esses aumentos nos preços e também buscar práticas sustentáveis e inovação, para trazer resultados e resiliência para o setor”. Segundo Maíra, o aumento dos custos supera 200%.
A Indústria
Em 2022, último dado disponibilizado pela Rais, do Ministério do Trabalho e Emprego, a indústria de produtos derivados do cacau e de chocolates do Espírito Santo totalizou 22 empresas formais, que juntas empregaram formalmente 2.274 funcionários. Na agricultura, o cultivo de cacau no Estado tinha outros 150 estabelecimentos com 683 empregados formais.