Diretor-geral do Comitê Organizador Local (COL) da Copa 2014, Ricardo Trade , destacou os fatores que podem fazer com que o Estado seja centro de treinamento de algumas seleções durante a Copa de 2014. Setor de comércio e serviços já começa a se preparar para o aumento da demanda.
Depois do anúncio da Fifa de que o Espírito Santo está habilitado para ser usado como hospedagem de delegações durante a Copa do Mundo do Brasil, em 2014, os diversos atores da economia capixaba já começam a se preparar. Pensando nisso, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), em parceria com o Governo do Estado e com a Federação de Futebol do Espírito Santo (FES), trouxe ao Estado o diretor-geral do Comitê Organizador Local (COL) da Copa 2014, Ricardo Trade. Ele falou aos capixabas no dia 06 de setembro, no Palácio Anchieta, explicando o funcionamento do evento e as oportunidades que devem surgir não apenas em 2014, mas que podem se extender até 2018, quando o país sediará a Copa América.
De acordo com números divulgados por Ricardo, com base em uma projeção elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a realização da Copa injetará R$ 112,8 bi na economia brasileira até 2014, gerando cerca de 3,6 milhões de empregos a cada ano. O saldo será positivo para a população brasileira, que deve ter um acréscimo de R$ 63,5 bi na sua renda. “Uma Copa do Mundo não se trata apenas de esporte, é também turismo e negócios. Entre os maiores legados deixados por um evento deste porte está o turismo, tanto para as cidades-sede como para as não-sede”, comentou Trade.
O diretor-geral destacou ainda um dos fatores que favorecem o Espírito Santo em uma participação mais ativa do evento: a localização estratégica, próxima aos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, que sediarão os jogos. Esta localização, além da boa estrutura que os capixabas oferecem, já atraíram para o Estado representantes das delegações de Noruega, Alemanha, Holanda e Japão. Contudo, até o momento, nenhum país confirmou o Espírito Santo como centro de treinamento de suas delegações.
Trade frisou ainda a necessidade de preparação dos agentes locais, que deve começar bem antes da realização do evento. “Não basta ser bonito para receber o turista, tem que também oferecer qualidade na hospedagem e nos serviços”, comentou o diretor-geral do COL. Ele lembrou que, além do potencial para atrair eventos corporativos, o Espírito Santo tem grandes chances de realizar eventos esportivos, que vão movimentar os negócios e gerar outras oportunidades. “O Estado está se capacitando no caminho certo”, afirmou Ricardo.
O secretário de Turismo do Espírito Santo, Alexandre Passos, destacou que somente em 2012 houve um incremento de 35% no número de eventos realizados no Estado, na comparação com 2011. Esses eventos já estão impulsionando a busca por qualificação no setor de serviços. Este ano, já foram anunciados no Estado cinco novos hotéis, que garantirão pelo menos mais mil leitos daqui a dois anos. Ao mesmo tempo, 5500 pessoas estão sendo capacitadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) no ramo da hotelaria. Ainda segundo Passos, uma parceria com a Federação das Empresas de Transportes do Espírito Santo (Fetransportes) está garantindo aos taxistas o aprendizado de outros idiomas, essencial para que eles possam lidar de maneira adequada com turistas de outras nacionalidades.