Com o uso de novo modal para o transporte do calcário, empresa tirou cerca de 14 mil caminhões das estradas que ligam o Espírito Santo a Minas Gerais desde abril de 2010.

Com as deficiências na infraestrutura logística no Espírito Santo, principalmente nas rodovias capixabas, é cada vez mais necessário buscar alternativas que desafoguem o fluxo de veículos nas estradas que cortam o Estado. Uma iniciativa neste sentido que vem dando certo foi implementada pela ArcelorMittal Tubarão em abril de 2010: o transporte de calcário em contêineres pelas ferrovias. Desde que este novo modal começou a operar, aproximadamente 14 mil caminhões já deixaram de circular pelas estradas que ligam o Espírito Santo a Minas Gerais.

Além da vantagem de movimentar grandes volumes – como é o caso do calcário, cuja demanda mensal da empresa é da ordem de 50 mil toneladas –, esse modal tem permitido atender com eficiência a grandes distâncias, visto que as fontes de calcário ficam, em média, a mais de 500 km da unidade, em Tubarão.

A operacionalização é simples: após o carregamento, os contêineres são transportados por rodovia (em torno de 21 km) até o terminal para embarque na ferrovia, onde rapidamente é feita a mudança de modal. A carga é transportada em dois contêineres de até 28 toneladas cada. Para concepção do projeto, a ArcelorMittal Tubarão investiu na construção de um terminal, em sua unidade, em Serra, onde os contêineres são retirados do vagão por equipamentos tipo “Top Loader” ou “Reach Stacker” (manuseadores de contêineres) e enviados para descarga. Mais de 500 contêineres já foram descarregados na unidade.

Com o sucesso do projeto, inédito no país, a ArcelorMittal Tubarão, juntamente com os parceiros do projeto (Mineração Belocal, fornecedora do calcário calcítico), a Vale e a Multitex (empresa da área de soluções logísticas integradas), está implantando melhorias no processo para aumentar o volume transportado e diversificar os produtos transportados via contêiner. Uma das possibilidades está na utilização do modal para transportar cal dolomitica e calcítica, que são adquiridos externamente e cujos fornecedores também estão localizados em Minas Gerais. Atualmente, todo o transporte de cales é feito via rodovias.

Outra oportunidade a ser explorada está no retorno dos contêineres a Minas Gerais, já que atualmente são transportados vazios. Estudos em andamento avaliam sua utilização no escoamento de bobinas de aço laminada a quente ou outros produtos fabricados na ArcelorMittal Tubarão para a região de Belo Horizonte. É o chamado “round trip”, ou seja, o circuito completo envolvendo o abastecimento e escoamento com a utilização do contêiner, confirmando que a opção deste modal será o futuro de grandes volumes pela ferrovia, além de uma grande oportunidade de otimização de recursos com redução de custos.