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quarta-feira, 1 maio, 2024

ESG é agenda essencial dentro das organizações

A sigla ESG refere-se às práticas adotadas pelas empresas para minimizar seus impactos ambientais

Por André Rocha

A sigla ESG, em inglês, significa Environmental, Social and Corporate Governance, e refere-se às práticas adotadas pelas empresas para minimizar seus impactos ambientais e construir relações sociais mais justas com seus colaboradores e com a sociedade. Mas, para melhorar a prática de governança, alguns passos são importantes, como o combate à corrupção, ao assédio moral, ao racismo, por exemplo.

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Nascido oficialmente no ano 2004, o ESG partiu do Secretário Geral da ONU Kofi Annan, quando o mesmo escreveu para os 55 CEOs das maiores instituições financeiras do mundo, convidando-os para se juntarem à iniciativa de liderar o desenvolvimento e o lançamento do relatório Who Care Wins. O documento aponta diretrizes e recomendações em como integrar questões ambientais, sociais e de governança no gerenciamento de ativos.

O conceito ESG ganhou força política no ano 2015, quando os estados membros da ONU ratificaram o Acordo de Paris, onde adotaram a agenda 2030 e estabeleceram os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, conhecidos como ODSs. E foi, definitivamente, incorporada na vertente econômica em 2020, quando o CEO da BlackRock, a maior gestora de fundos de capital do mundo, anunciou que a sustentabilidade se tornaria um critério para decisões de investimentos.

Desde então, outros fundos de investimentos também estão colocando o conceito de investimentos responsáveis como papel decisivo na alocação de recursos. Atualmente, mais de US$ 30 trilhões são gerenciados com estratégias sustentáveis. Isso representa, aproximadamente, 36% de todos os ativos do mundo.

Na Europa, os investimentos responsáveis já representam 50% de todo o continente, mais de 14 trilhões de dólares. Nos Estados Unidos, aproximadamente 25% e, no Brasil, já se soma US$ 700 milhões em fundos ESG. Empresas com valor de mercado de R$ 1,8 trilhão representam 15 setores que estão nos índices de sustentabilidade empresarial da Bovespa.

A COP26, Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em novembro, evidenciou ainda mais a importância da agenda das mudanças climáticas. Um dos principais pontos concluídos é a urgência e necessidade de intensificação das ações para redução da concentração de gás carbônico na atmosfera.

A conferência demonstrou que, independentemente do tamanho da organização, todas devem estar envolvidas na redução dos impactos negativos e na potencialização dos impactos positivos. As grandes empresas já reconhecem a necessidade de construir cadeias de fornecimento sustentáveis; e as pequenas e médias empresas já estão sendo cobradas para conhecerem e adotarem medidas ESG. Em breve, essas práticas serão mandatórias para a contratação.

Com toda essa movimentação, hoje, os negócios enxergaram o sinal da bússola. Tornar-se ESG não é só uma questão de imagem, é de dinheiro também.

Como benefícios, as empresas desfrutam de uma melhor reputação e uma maior visibilidade frente aos clientes, garantindo a sustentabilidade e perenidade das operações onde estão instaladas, diminuindo riscos operacionais e organizacionais.

Mais do que nunca, é necessário que os gestores visualizem os ganhos de eficiência possibilitados por essas práticas e, consequentemente, de competitividade, e o fortalecimento institucional de longo prazo, além da redução de riscos. Só assim alcançaremos o objetivo de termos o desenvolvimento econômico em harmonia com o meio ambiente e com a justiça social.

André Rocha é engenheiro ambiental e conselheiro da Associação dos Profissionais de Engenharia Ambiental do Espírito Santo (Apea)

 

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