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sábado, 27 abril, 2024

Escolas enfrentam as adversidades e mostram o melhor na Avenida

Cidades capixabas, meio ambiente, axé, bairro da capital e fé foram temas que os foliões puderam assistir no Sambão do Povo

Por Kebim Tamanini

Em uma noite repleta de energia e cores, as escolas de samba enfrentaram com maestria os desafios impostos pela chuva que ameaçava marcar presença na primeira noite de desfiles do Carnaval. As sete agremiações que passaram pelo Sambão do Povo  entre a noite de sexta-feira (02) e a manhã deste sábado (03), realizaram os desfiles do Grupo A do Carnaval de Vitória.

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Andaraí, Mocidade da Praia, Imperatriz do Forte, Independente de São Torquato, Império de Fátima, Unidos de Barreiros e Independente de Eucalipto disputam a vaga no Grupo Especial para 2024. A apuração dos desfiles das sete escolas do Grupo A ocorre na quarta-feira (07), no Sambão do Povo. A escola campeã entre as seis se apresentará em 2024 no Grupo Especial. Já a última colocada será rebaixada para a Série B do carnaval capixaba. Veja as fotos.

Confira um resumo dos desfiles das escolas do Grupo A

Andaraí

Escolas enfrentam as adversidades e mostram o melhor na Avenida
Desfile da Andaraí. Foto: Fabrício Lima/ES BRASIL

Na primeira noite de desfiles, a Andaraí abriu o carnaval debaixo de muita chuva, no entanto foi valente e conseguiu empolgar o público que estava presente. O espetáculo da comunidade de Santa Marta tinha 18 alas, três carros alegóricos e 1300 componentes, destacando-se ao trazer à avenida a essência da contação de histórias na infância. O enredo e as fantasias revelaram não apenas a beleza estética, mas também a importância e os impactos dessa tradição.

“A garra do povo de Santa Marta é notável; é uma escola grande, enraizada em tradição. Já tínhamos essa perspectiva, essa determinação, e um planejamento sólido para realizar o desfile e retornar ao grupo especial”, revela o presidente da Andaraí, Thiago Bandeira.

A agremiação abordou a atualidade, ressaltando que, com o fácil acesso à informação, os contos de fadas podem estar perdendo espaço para os jogos, resultando no esquecimento de histórias valiosas. Resgatando o enredo de 1991, a escola entoou “Histórias que a vovó contava”, celebrando as narrativas do bairro Santa Martha, enaltecendo a cultura popular tradicional e a essência ancestral.

Mocidade da Praia

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Desfile da Mocidade da Praia. Foto: Fabricio Lima/ES BRASIL

A escola do bairro Praia do Canto, em Vitória, a Mocidade da Praia foi a segunda a se apresentar no desfile, contando com 1100 componentes distribuídos em 19 alas, 3 alegorias e 1 tripé. Mesmo com uma apresentação bem elaborada, um acidente com um tripé no formato de um índio pode render alguns descontos pelos jurados.

Para o diretor de carnaval da Mocidade da Praia, Wesley Denadai, a escola conseguiu entregar  muitas luzes e cores e muita harmonia e pontuou o acidente que ocorreu com um tripé. “Acredito que conseguimos criar um belo espetáculo de luzes e cores, com uma apresentação vibrante no palco. Acredito também que a harmonia se destacou. Enfrentamos alguns contratempos, mas superamos todos eles com determinação. Demonstramos a essência do povo capixaba, representando o maior mangue urbano da América Latina, a tradição da panela de barro, a alegria e o orgulho de viver nesta terra maravilhosa”, esclareceu.

O enredo da escola mergulhou nas riquezas do manguezal de Vitória e desempenhou um papel reflexivo, chamando a atenção do público para as ameaças constantes de poluição que impactam o meio ambiente.

Imperatriz do Forte

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Desfile da Imperatriz do Forte. Foto: Fabricio Lima/ES BRASIL

A terceira escola a desfilar pelo Sambão, a Imperatriz do Forte, encantou a avenida com as cores vibrantes do verde e rosa, no entanto com muita chuva. Sob o enredo “Nascido em Berço Forte, Para Sempre Um Eterno Aprendiz”, a agremiação mergulhou nos sonhos dos que cresceram no Forte, compartilhando as histórias da comunidade através do olhar entusiasmado de um grupo de jovens amigos.

“A escola não apenas se destacou, mas também se lançou nesta avenida de uma maneira verdadeiramente surpreendente. Começamos um projeto em abril, e hoje, o resultado está evidente com este maravilhoso desfile”, comemorou o presidente da escola, Rafael Thiago.

O presidente disse ainda que mesmo com tanta chuva o público entoou o samba juntamente com os membros da escola e sacudiram à avenida de uma forma única. Para que isso acontecesse a riqueza histórica dos bairros do Forte São João e do Romão, foi contada por 1000 componentes, três alegorias e 17 alas, mostrando as memórias e tradições de sua região.

Independente de São Torquato

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Desfile da Independente de São Torquato. Foto: Fabricio Lima/ES BRASIL

Com um enredo que celebra a profunda conexão cultural entre África e Brasil, a Independente de São Torquato, contou com o apoio das arquibancadas para trazer na avenida as ricas heranças culturais legadas por seus antepassados, destacando sua significativa contribuição para a formação da identidade cultural brasileira.

O interprete da São Torquato, Diego Nascimento, que foram vários ensaios e que tudo saiu como planejado. “Nos dedicamos a numerosos ensaios, e conseguimos apresentar exatamente o que praticamos. Agora, a avaliação é com os jurados, mas estamos cientes de que estamos na briga pelo título”, enfatizou.

O desfile foi marcado pela presença de 23 alas e três carros alegóricos, distribuídas em três setores, cada uma narrando de maneira envolvente a história dessa importante chegada no Brasil. A Independente de São Torquato não apenas exibiu sua grandiosidade, mas também trouxe à luz a importância da preservação e celebração das raízes culturais que moldaram a rica diversidade do povo brasileiro.

Império de Fátima

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Desfile da Império da Fátima. Foto: Fabricio Lima/ES BRASIL

A escola do Bairro de Fátima, na Serra, Império de Fátima, apresentou um desfile com alguns problemas que pode custar caro na hora da apuração. O símbolo maior da escola Império de Fátima, a coroa, ostentada no carro abre-alas, caiu no meio da avenida. O imprevisto fez com que a coroa ficasse tombada sobre o carro. Para piorar, a escola teve a ausência de muitas peças das fantasias da ala das baianas, o que ccertamente trará prejuizos nas notas.

“A ala das baianas, mesmo após 10 meses de trabalho, em um período de desafios consideráveis, a escola, sem uma quadra ou um local adequado teve o problema que o onibus não chegou com as fantasias a tempo. Dificilmente brigaremos pelo título”, explicou quase que chorando o presidente da escola, Serginho. 

Com 800 componentes, 15 alas, 2 carros alegóricos e 1 tripé, a agremiação trouxe à avenida o enredo “Benze – Benditas Benzedeiras”. A temática abordou a miscigenação religiosa e a transmissão dos saberes das benzedeiras, destacando a riqueza e a diversidade cultural do país.

Unidos de Barreiros

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Desfile da Unidos de Barreiro. Foto: Fabricio Lima/ES BRASIL

A Escola de Samba Unidos de Barreiros, penúltima a desfilar, apresentou um espetáculo com o enredo “Guarapari, O Paraíso É Aqui”. Com sede no bairro São Cristóvão, em Vitória, a agremiação dedicou-se a homenagear a cidade de Guarapari, um local rico em turismo, cultura, lendas, histórias de lutas e gastronomia.

“A atmosfera foi alegre, animada e com todos cantando. Quem estava no Sambão participou, independente do local que estava assistindo os desfiles”, disse muito feliz o presidente da Unidos de Barreiros, Jadilson Damascena.

Sob o tema, a agremiação desfilou com 900 componentes, 16 alas, 2 carros alegóricos e 1 tripé, prevalecendo as cores vermelho e branco. 

Independente de Eucalipto

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Desfile da Independente de Eucalipto. Foto: Fabricio Lima/ES BRASIL

A Independente de Eucalipto teve a honra de encerrar a primeira noite de desfiles das escolas de samba do Grupo A em Vitória. Já com o sol raiando, a agremiação apresentou o enredo “Baixo Guandu – Pelo Mar E Nos Trilhos da Economia O Progresso Se Fez”, a escola trouxe à avenida a rica história da cidade situada na Região Noroeste do Espírito Santo.

O carnavalesco Douglas Faluza, explicou o porque de homenagear Baixo Guandu no Carnaval de Vitória. “Recebi essa proposta do meu presidente, pois a cidade tem uma rica historia. Com isso tivemos todo o cuidado de desenvolver um enredo. A proposta foi aceita pelo prefeito de Baixo Guandu, e apresentamos essa grande homenagem à sociedade guanduense”, revela.

O desfile da agremiação contou a trajetória das famílias europeias que escolheram Baixo Guandu como lar, além de homenagear os indígenas que originariamente habitavam a região. Com um contingente de 1200 componentes distribuídos em 18 alas, 2 carros alegóricos, 1 pé de passagem, 2 tripés e 1 elemento cenográfico, a Independente de Eucalipto prometeu levou o público a uma viagem cativante pela história e cultura da cidade.

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