Estudo com base no Censo 2022 mostra redução das taxas de analfabetismo do Estado nos últimos 12 anos. Governo intensifica ações de alfabetização
Por Otávio Gomes*
Em 2022, a taxa de alfabetização do Espírito Santo (ES) registrou 94,4%, entre pessoas de 15 anos ou mais. Resultado coloca o Estado na 9ª posição no ranking nacional de alfabetização, segundo dados coletados pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) a partir do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os resultados divulgados pelo IJSN mostram uma evolução significativa da educação básica no ES. Em comparação com o ano de 2010, os números capixabas tiveram um aumento de 2,5 pontos percentuais (p.p), quando a taxa de alfabetização era de 91,9%. Já a taxa de analfabetismo do Estado ficou em 5,6%, abaixo da média nacional, que é de 7%.
Em números absolutos, no ano de 2022 havia 2.918.368 de pessoas de 15 anos de idade ou mais alfabetizadas e 173.848 analfabetos no Espírito Santo. Em todo o país, eram 151,5 milhões de pessoas alfabetizadas, contra 11,4 milhões analfabetos.
Sexo e faixa etária
No recorte por faixa etária, o estudo apresenta que a taxa de analfabetismo foi maior no grupo de 80 anos ou mais, sendo mulheres 31,34% e homens 26,26%, e menor no grupo de 20 a 24 anos, sendo mulheres 0,77% e homens 1,38%.
Ainda segundo o IJSN, em 2022, o analfabetismo no Espírito Santo entre os homens era de 5,52% (82.313) e entre as mulheres de 5,72% (91.535).
Segundo o diretor de integração do Instituto Jones, Antonio Rocha, o resultado mostra um avanço tanto no cenário capixaba quanto no contexto nacional: “Nós observamos que a queda na taxa de analfabetismo ocorreu tanto no Espírito Santo, que saiu de 8,1% em 2010 para 5,6% no ano de 2022, quanto em nível nacional, que reduziu de 9,6% em 2010, para 7% em 2022.”
Números por região
O estudo ainda apresenta o ranking dos cinco municípios capixabas mais alfabetizados e dos cinco menos alfabetizados.
Vitória (97,7%), Vila Velha (97,4%), Serra (96,1%), Guarapari (95,8%) e Cachoeiro de Itapemirim (95,7%) são os cinco municípios que registraram as maiores taxas de alfabetização. Mucurici (15,0%), Água Doce do Norte (14,7%), Brejetuba (14,4%), Ecoporanga (14,2%) e Mantenópolis (13,9%) foram os municípios que registram as menores taxas de alfabetização.
Ações do governo do Estado
O gerente de regime de colaboração da Secretaria de Educação do Espírito Santo (Sedu), Saulo Andreon, destacou algumas ações realizadas no combate ao analfabetismo: “O Espírito Santo tem demonstrado que está na direção certa, reduzindo o analfabetismo e garantindo a alfabetização da população, mas é preciso olhar para o número de analfabetos. Para tentar alcança-los, temos aí a Educação de Jovens e Adultos (EJA), tanto nos municípios, quanto na redes estadual e há também o Pacto de Colaboração de Aprendizagem que, junto com os municípios, tem atuado na alfabetização na idade certa, aumentando a chance dessa criança progredir”.
A gerente da EJA da Sedu, Mariane Berger, destacou a importância do projeto de educação para jovens e adultos que não completaram a educação regular.
“A expansão da Educação de Jovens e Adultos é um projeto prioritário dessa gestão desde o ano de 2019 quando foi criada a Gerência de Educação de Jovens e Adultos. Nesse sentido, mesmo com a queda das matrículas inclusive nacionalmente, a SEDU tem feito um esforço de ampliar a oferta e diversifica-la de modo a atender a todos. Temos turmas de alfabetização em nossas escolas que ofertam a EJA noturna e também nos Ceejas (diurno e noturno) e nos Neejas (no noturno)”, destaca Mariane.
Segundo a gerente, o Governo do Estado está identificando os municípios com déficit na alfabetização para intensificar a oferta. “Temos feito um estudo a partir dos dados do Censo 2022, identificando os municípios capixabas com pessoas ainda não alfabetizadas para intensificar a oferta. Já estamos com propostas de atendimento in loco nas comunidades que ainda não ofertam a EJA. Esse atendimento in loco é vinculado aos Ceejas e Neejas e vai até onde os jovens e adultos estão. Essa ação se iniciou em 2023 e será intensificada este ano e nos próximos. Entendemos assim que podemos atender melhor as pessoas com uma forma mais flexível de atendimento, inclusive com materiais preparados especificamente para essas comunidades. Também planejamos a criação de um novo Ceeja no município de Guaçuí e de outros novos Neejas. Até 2026 pretendemos ofertar a EJA em todos os municípios capixabas seja na forma presencial ou não presencial”, finaliza.
O estudo completo pode ser acessado neste link.
*Sob supervisão de Erik Oakes