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sábado, 27 abril, 2024

ES: produção de celulose e papel cresce 7,3% em 2022

O segmento de celulose e papel foi influenciado pelo aumento da demanda do mercado externo, segundo a Findes

Por Amanda Amaral 

No Espírito Santo, o setor de celulose e papel cresceu 7,3% no acumulado de 2022. Contudo, a indústria geral no Estado encerrou o ano com queda de -8,4% na comparação com 2021, a média nacional foi -0,7%.

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Os dados fazem parte da pesquisa de Produção Industrial Mensal (PIM) e foram divulgados, nesta sexta-feira (10), pelo Observatório da Indústria e pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), que avaliou que a produção de celulose foi influenciada pelo aumento da demanda do mercado externo.

O movimento de alta do segmento vem desde o início de 2020, quando começou a apresentar resultados positivos em duas bases de comparação: mês interanual e acumulado do ano.

Indústria de transformação 

Já os principais responsáveis pelo indicador negativo capixaba no acumulado de 2022 estão a indústria extrativa (-18,7%) e alguns setores da indústria de transformação (-3,5%). A gerente executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes, Marília Silva, comenta que, no caso da indústria de transformação capixaba, apenas a fabricação de celulose, papel e produtos de papel registrou crescimento em 2022.

PIMIndústria geralIndústria Extrativa Indústria de transformação
ES -8,4%-18,7-3,5
BR -0,7%- 3,2-0,4

“Elementos como a demanda positiva e sólida por fibra curta na América do Norte, Europa e China ajudaram a sustentar o desempenho dessa atividade no Estado. Ao longo de 2022, outros fatores pontuais também colaboram para o crescimento da produção e das exportações capixabas de celulose, como atrasos na instalação de novos projetos do setor na América Latina, o que pode ter favorecido a oferta do Espírito Santo desses produtos no mercado externo”, explica Marília.

Além disso, de acordo com a economista, a guerra na Ucrânia incentivou a adoção de sanções sobre a madeira russa, o que somado às paradas não programadas em plantas europeias também influenciaram o aumento da demanda externa pelo produto capixaba.

Metalurgia

A fabricação de produtos de minerais não metálicos registrou queda de 10,1% no acumulado de 2022, na comparação com 2021, puxada pela menor produção de granito talhado ou serrado.

A metalurgia retraiu 4,7% em 2022, devido à menor produção de bobinas, chapas e placas e lingotes de aço. Para 2023, a ArcelorMittal estima que a demanda mundial por aço, excluindo a China, deve se recuperar de 2% a 3% após a desaceleração econômica global no ano passado, que reduziu as vendas totais da companhia em 11%.

Bombons e chocolates 

Enquanto isso, a fabricação capixaba de produtos alimentícios reduziu em 4,1% em 2022, sob a influência da menor produção de bombons e chocolates com cacau, açúcar cristal e massas alimentícias secas. “Apesar dessa redução, essa atividade no Estado gerou 1.212 novas vagas de empregos formais em 2022, segundo maior saldo líquido entre os setores da indústria capixaba”, aponta Marília.

Outro segmento que tem destaque na economia capixaba é a indústria extrativa. Ela continua tenho desempenho negativo devido à menor produção de minério de ferro pelotizado, óleos brutos de petróleo e gás natural.

papel e celulose
A economista-chefe da Findes, Marília Silva, comenta sobre a produção industrial do ES. Foto: Divulgação

Petróleo e gás

“Segundo os dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção de petróleo caiu 34,6% e a de gás natural retraiu 37,6% no Estado em 2022. Este comportamento do setor é explicado pelo processo de declínio natural dos poços offshore do Estado”, explica. Já em relação à produção de pelotas de minério de ferro, a produção da Vale na planta capixaba reduziu 12,3% em 2022. Segundo a companhia, a produção do Sistema Sudeste foi impactada por nível de chuva sazonalmente maior na região de Minas Gerais e pela manutenção planejada dos equipamentos da mina de Alegria. “Além disso, a demanda mundial por minério esteve retraída em função da desaceleração na atividade econômica global”, comenta Marília.

 

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