Focos de queimadas ocorreram perto de três parques estaduais; governo pode reavaliar o fechamento, mas não tomará ação imediata
Por Kebim Tamanini
Entre 1º de maio e 16 de setembro de 2024, o Espírito Santo registrou 388 focos de incêndio em áreas superiores a 1 hectare, sem contar os focos menores. Alguns focos desses aconteceram nas proximidades de três dos sete parques estaduais do estado — Paulo César Vinha, em Guarapari; Mata das Flores, em Castelo; e Pedra Azul, em Domingos Martins — contudo, não foram diretamente afetados pelo fogo.
Enquanto estados como Rio de Janeiro e São Paulo decidiram fechar seus parques estaduais por conta do aumento das queimadas, o Espírito Santo ainda mantém as unidades de conservação abertas.
Durante uma coletiva de imprensa na última quarta-feira (18), o diretor-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Mário Louzada, afirmou que a possibilidade de fechamento está em constante avaliação. “Já enfrentamos problemas em três parques e, ao todo, em sete unidades de conservação. O que temos observado é que os visitantes possuem boa consciência ambiental e não têm causado problemas. Nosso critério para o fechamento é o risco para os visitantes, e isso é avaliado diariamente”, disse.
Apesar de a situação estar sob controle, o diretor do Iema não descartou um fechamento preventivo caso o cenário piore “Se a situação se agravar, podemos reavaliar e considerar o fechamento, seja de algumas unidades ou de todas”, relata.
Incêndios nas proximidades
Os parques que tiveram focos de incêndio em áreas próximas foram temporariamente fechados para que as equipes do Corpo de Bombeiros e do Iema pudessem atuar no combate ao fogo. Atualmente, equipes ainda estão trabalhando na zona de amortecimento do Parque Paulo César Vinha, onde o incêndio persiste na APA de Setiba. “Estamos monitorando e encharcando a área de turfa, onde o fogo é subterrâneo. Mesmo que não seja visível, estamos combatendo”, explicou Louzada.
O Parque Estadual Mata das Flores, em Castelo, enfrenta um incêndio de difícil combate por conta do acesso limitado e da mata densa. “Temos uma grande equipe mobilizada, mas a área é preservada e de difícil acesso, o que torna o trabalho desafiador”, completou o diretor.
Reforço no combate
Para intensificar os esforços de controle das queimadas, o Iema anunciou a contratação de 72 brigadistas temporários para atuar nas unidades de conservação e arredores. Também está prevista a contratação de máquinas para a construção de aceiros, faixas de terra sem vegetação que impedem a propagação do fogo.
“Estamos vivendo um período seco e de intenso calor, onde qualquer faísca pode se transformar em tragédia”, alertou Louzada, reforçando a gravidade da situação.