Entre 1º de maio e 16 de setembro de 2024, foram registradas 388 queimadas em áreas superiores a 1 hectare, sem contar os focos menores
Por Kebim Tamanini
A população capixaba e de todo o Brasil acompanha de perto a situação crítica das queimadas que têm assolado o país. No Espírito Santo, de 1º de maio até 16 de setembro de 2024, foram registrados 388 focos de incêndio em áreas superiores a 1 hectare, sem contar os casos em áreas menores. Nesse período, 5.683 hectares foram carbonizados, o que equivale a cerca de 526 campos de futebol consumidos pelo fogo.
Durante uma coletiva de imprensa realizada na sede do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), na última quarta-feira (18), autoridades estaduais discutiram a grave situação das queimadas no estado. A principal questão levantada foi: onde esses incêndios estão ocorrendo?
É importante destacar que, desde 22 de julho de 2008, o desmatamento está proibido no Brasil, conforme a legislação vigente. Na coletiva, o governador Renato Casagrande lembrou que o estado tem ferramentas para identificar quem desmatou após essa data e exigir a recuperação das áreas afetadas. “Temos a capacidade de retroceder e analisar se, a partir de 22 de julho de 2008, áreas que estavam cobertas por floresta sofreram alteração de uso. Qualquer desmatamento ocorrido após essa data constitui um ato ilegal”, afirmou.
Segundo os dados apresentados pelo Idaf, as regiões mais afetadas pelas queimadas incluem o Caparaó, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim e áreas próximas à Serra. Confira na tabela abaixo.
João Marcos Chipolesch, subgerente de Regularização Ambiental do Idaf, destacou que Guarapari, uma região que historicamente registrava poucos focos de incêndio, teve recentemente dois ou três grandes episódios que resultaram em uma devastação considerável. “A região de Guarapari, que não costumava apresentar tanta concentração, teve apenas dois ou três grandes incêndios que resultaram em uma área considerável queimada”, explicou.
Um dos destaques em Guarapari, mencionados pelo subgerente, foi o incêndio que afetou a Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba, no dia 9 de setembro, resultando no fechamento temporário do Parque Estadual Paulo César Vinha. Esse episódio foi um dos mais graves da temporada, chamando a atenção para a necessidade de medidas de controle e prevenção.
Guarapari não lidera o ranking. Entre os 15 municípios com maior incidência de incêndios no estado, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina e Iúna, na região do Caparaó, ocupam as primeiras posições da lista. A tabela a seguir ilustra os 12 municípios com maior número de focos até o momento, revelando a dimensão do problema que o Espírito Santo enfrenta nesta temporada de queimadas.