Trabalhadores haviam aprovado indicativo de paralisação para esta segunda-feira (18)
Por Anderson Neto
Após anunciarem a possibilidade de paralisação da categoria, representantes do Conselho Nacional de Motofretistas, Motoentregadores, Motoboys e Entregadores Ciclistas Profissionais do Brasil resolveram aguardar uma posição do Governo Federal para decidirem se cruzam os braços. No Estado existem cerca de 17 mil trabalhadores que esperam a decisão.
Conforme divulgou o Portal ES Brasil em primeira mão, na última quarta-feira (13), motoboys e empresas de plataformas digitais se reuniram com o Governo Federal nessa data, através de uma Comissão Tripartite, com participação governamental, dos trabalhadores e dos empresários. De acordo com o presidente do Sindimotaxi-ES, Luciano Ferreira, o Espírito Santo vai seguir a orientação nacional.
“Estamos fazendo reuniões on-line e resolvemos aguardar, porque como o presidente [Lula] estendeu a decisão dele até o fim do decreto que criou a Câmara Tripartite, no próximo dia 30, nós vamos aguardar”, afirmou Valter Ferreira, presidente do Sindimoto-RS e representante da Comissão Tripartite.
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Valter ressalta que “se não for aquilo que o trabalhador espera, vamos deliberar sobre essas mobilizações e movimento paredista. Hoje nós fizemos um ato aqui no Rio Grande do Sul para marcar que a gente não quer transportar comida, sentir o cheiro, sem poder ter acesso a ela. Hoje (18) teremos outra reunião, onde a gente está alinhando toda essa mobilização para o dia 30”, explicou.
Negociação
O Conselho Nacional dos Sindicatos de Motoboys e Motoentregadores, a Aliança Nacional dos Motoboys e Motoentregadores e as centrais sindicais reivindicam os valores mínimos de R$ 35,76 para motociclistas e R$ 29,63 para ciclistas profissionais por hora de trabalho.
Já a proposta das empresas varia de R$ 10,20 a R$ 12 para motociclistas e de R$ 6,54 a R$ 7 para ciclistas. Elas são representadas pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) – que reúne as empresas Amazon, iFood, Flixbus, Uber, Zé Delivery, Buser, 99 e Lalamove – e pelo Movimento Inovação Digital (MID) – que reúne mais de 150 empresas, entre elas, Mercado Livre, GetNinjas, PayPal, Loggi, Movile, Americanas, C6 Bank, Facily, Rappi, OLX e euEntrego.
Após pouco mais de quatro meses de negociação em um grupo de trabalho (GT) instituído pelo Governo Federal, representantes dos profissionais saíram insatisfeitos da reunião realizada no último dia 12, no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília.