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sábado, 27 abril, 2024

Endereço da Historia: Rômulo Samorini – Um Homem Á Frente Do Seu Tempo

Filho de um casal de imigrantes italianos, Rômulo Samorini, nasceu em Vitória no dia 8 de julho de 1915

Por José Eugênio

A exuberância do território capixaba diante das exauridas áreas europeias, onde grupos de sua população subsistiam com agricultura familiar, atraiu levas de imigrantes, sobretudo italianos, buscando no Espírito Santo nova fontes de vida e de esperança.

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A cultura europeia, paralelamente à atividade no campo, se incorporou muitas vezes a grupos de imigrantes, não fosse a Itália berço da Renascença com seus gênios Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo.

Embora distante dos mestres renascentistas, Tulio Samorini, ainda em Roma, era um artista especialista em pinturas de interiores com seus afrescos, com destaque às realizadas no Cassino de Monte Carlo.

O Brasil era então para muitos europeus mais do que um território para exploração agrícola, mas uma área do Mundo para se plantar esperanças.

Foi assim que em 1912, Tulio Samorini e Carmélia Giarnodoli Samorini deixaram Roma, cruzaram o Atlântico e se instalaram no Espírito Santo, casando-se em Vitória.

Endereço da Historia: Rômulo Samorini - Um Homem Á Frente Do Seu Tempo
Foto: Reprodução

Filho do casal de imigrantes italianos, Rômulo Samorini nosso personagem em destaque, nasceu em Vitória no dia 8 de julho de 1915, casou-se com America Jantorno Samorini, em 10 de outubro de 1946.

Cresceu acompanhando as atividades de seu pai como decorador de fachadas e interiores de residências, até que o uso continuado e o manuseio de tintas causaram ao artista graves problemas de saúde, obrigando-o a abandonar o oficio.

Túlio Samorini, porém, não se acomodou e decidiu investir seu inegável talento em outras áreas. Adquiriu uma máquina tipográfica manual e instalou em Vitória uma tipografia, inaugurada em maio de 1920.

Sócio mal escolhido no empreendimento levou-o à falência. Honrou as dívidas com terceiros, vendendo o imobilizado, e passou a trabalhar no orfanato Cristo Rei, em Vitória, como instrutor de tipografia.

Em 1934, sua ideia original levou-o finalmente a adquirir máquinas usadas e montar a gráfica dos seus melhores sonhos.

O ano era 1944, quando seu filho Rômulo instalou-a na Avenida Jerônimo Monteiro ali permanecendo até 1967 quando, finalmente, empresa estruturada, se fixou na Avenida Vitória, 923. Atualmente a empresa é dirigida por seu filho Tullio e seus netos Romulo e Christine com o nome Grafitusa.

Nossas homenagens se estendem ao profissional que foi diretor do Sindicato das Indústrias Gráficas do Espírito Santo, ao esportista remador do Clube de Regatas Saldanha da Gama, ao sócio fundador do Clube Ítalo Brasileiro, ao carnavalesco escolhido Rei Momo por duas vezes no Carnaval de Vitória.

Elegante nos moldes das grandes cidades europeias, Rômulo Samorini trajava invariavelmente ternos brancos e camisas de linho, impecavelmente passados.

Generoso, ao acertar sorteio da loteria, gratificou o cambista, a quem prometera dividir o prêmio ao comprar o bilhete.

Episódio marcante na campanha presidencial de Jânio Quatros, que prometera “varrer” os corruptos da vida pública, em desfile em carro aberto nas ruas de Vitória, recebeu de Rômulo Samorini uma vassoura, que passou a ser símbolo do político paulistano.

Rômulo Samorini, falecido em 15 de novembro de 1970, aos 55 anos de idade, tem seu nome imortalizado em rua no bairro Praia do Canto, em Vitória, cidade que ele tanto amou.

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