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quarta-feira, 24 abril, 2024

Economia e Democracia: rima rara no Brasil das eleições

Perdemos oportunidades para corrigir e aprimorar processos e instituições, que beneficiariam a todos – a economia, a política e a justiça

Por Arilda Teixeira

A economia brasileira é um mercado promissor, mas eternizado como do Futuro, pelos sucessivos equívocos (ou lambanças, que para o Brasil é mais apropriada) que seus agentes econômicos disseminam ao longo do tempo. “O futuro a Deus pertence”, diz um ditado popular brasileiro.

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A questão subjacente ao significado desse ditado são seus efeitos, nossos oportunistas agentes econômicos acostumaram-se a transferir a fatura que lhes cabe pagar no presente, para as gerações seguintes. Com isso, a conjuntura econômica passa mais tempo remendando os efeitos negativos de decisões (in)convenientes dos agentes econômicos do que pavimentando o ambiente de negócios para atrair e sustentar atividade econômica competitiva e lucrativa.

Em anos eleitorais essa perspectiva simplesmente desaparece – a plutocracia que vem sendo amamentada pelo Estado Brasileiro desde, pelo menos, sem exagero, a proclamação da Independência – se esbalda com acordos políticos que favorecem seus interesses privados, esquecendo-se de que, aquele futuro que a Deus pertence, é nós, que hoje, não conseguimos gerenciar o debate subjacente que ele traz; e, principalmente e infelizmente, entender e respeitar o tripé das Repúblicas Democráticas – que são os ângulos de visão dos agentes econômicos – porque não nos dispomos a respeitar-nos mutualmente. Alimentamos o ambiente da presunção de razão; em que cada um considera a sua como a verdade absoluta.

Perdemos oportunidades para corrigir e/ou aprimorar processos e instituições, que beneficiariam a todos – a economia, a política e a justiça (judiciário).

Na visão da economia – que é a fonte inspiradora da redatora deste texto – essa sucessão de erros e conveniências, é alocação ineficiente de recursos (desperdício). Se houvesse civilidade, a prosperidade econômica beneficiaria todos.

O resto do mundo conhece mercado brasileiro e suas oportunidades de negócios. Entre 1995 e 2020, volume de Investimento Direto no País (IDP) em proporção do PIB aumentou sistemática e crescentemente. Em 1995 foi 6,1%; 2000 foi 17,1%; 2005 foi 17,7%; 2010 foi 25,2%; 2011 foi 25,3%; 2012 foi 26,2%; 2013 foi 25%; 2014 foi 24,9%; 2015 23,6%; 2016 25%; 2017 27%; 2018 28,3%; 2019 34,6%; 2020 36,4%.

Essas taxas sinalizam que a economia brasileira tem potencial para prosperar. É atrativa ao Capital.

Precisa tirar as travas da arrogância, da intransigência, do autoritarismo, que assombram a República Brasileira, neste momento, para dar espaço à civilidade – ingrediente imprescindível para prosperidade – tecnológica, econômica e social – porque é pautada pelo respeito ao próximo e às instituições. Utiliza como instrumento de debate o diálogo, sem a presunção de superioridade em relação ao interlocutor.

Admite corrigir o erro devido a consciência de que a espécie humana não é perfeita. Entende a economia como espaço para discutir e propor ideias que melhorem as condições de vida dos seus cidadãos. Autossuficiência, autocracia, autoritarismo são exemplos do que não se deve ter em uma economia-sociedade que se considera civilizada. Ou seja, deixar “o futuro a Deus pertence” e adotar o “respeito ao próximo como quero ser respeitado por ele”.

Arilda Teixeira é economista e professora da Fucape Business School.

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