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sábado, 27 abril, 2024

Dia do Rim: médico e paciente comemoram 44 anos de transplante

Reencontro foi promovido pelo Hospital Evangélico, em Vila Velha. No Brasil, 1.223 pessoas aguardam ansiosamente na fila de transplante de rim

Por Kebim Tamanini

José Nilton do Amaral Torres e José Carlos Gonçalves tiveram os destinos cruzados há 44 anos, no Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV). Na época, Carlos tinha 16 anos e teve um rim transplantado por Nilton. Após o acompanhamento e a alta, a dupla teve pouquíssimos encontros, mas mantinham contato virtualmente. Nesta semana, médico e paciente voltaram se cruzar para comemorar o primeiro transplante de rim realizado na unidade de saúde.

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“Eu lembro direitinho dele! Era um menino que fez diálise peritoneal no Hospital Evangélico por poucos meses e logo em seguida foi o nosso primeiro transplante renal. Ele teve a alegria do próprio irmão doar um rim para ele, até porque na época só se fazia transplante com doador vivo”, relata emocionado o médico José Nilton, que participou ativamente da cirurgia.

Para José Carlos, o Dr. José Nilton é mais do que apenas um médico, é um amigo e parte de sua família. “Eu desejo tudo de bom para o Dr. José Nilton todos os dias que eu acordo. Considero como se ele fosse da minha família. Até mensagem de felicitação de aniversário eu mando para ele! Deus salvou a minha vida e o doutor ajudou”, declara José Carlos, evidenciando o profundo vínculo que se desenvolveu ao longo dos anos.

Uma nova chance

Esta comovente história de amizade e gratidão ganha destaque nesta quinta-feira (14), quando é celebrado o Dia Mundial do Rim. A data serve como um lembrete da importância da prevenção e da adoção de práticas saudáveis, além de ressaltar que o transplante renal não é o fim, mas sim um novo começo para a vida daqueles que recebem o órgão.

No Espírito Santo, entre janeiro e setembro de 2023, 70 pacientes realizaram o sonho de receber um novo rim. Esse procedimento, que representa cerca de 70% do total de transplantes de órgãos realizados no Brasil, oferece uma nova chance de vida para muitas pessoas que lutam contra doenças renais.

Os rins desempenham um papel fundamental na filtragem de resíduos e no controle do equilíbrio de água no organismo. No entanto, problemas renais podem passar despercebidos até fases avançadas devido à falta de prevenção. A Doença Renal Crônica (DRC), caracterizada pela perda progressiva e irreversível da função renal, é uma das condições mais graves associadas aos rins.

De acordo com a Organização Internacional do Dia Mundial do Rim, estima-se que 10% da população mundial (850 milhões de pessoas) tenha algum tipo de doença renal crônica, uma condição potencialmente fatal se não for tratada adequadamente.

O nefrologista José Nilton do Amaral Torres, destaca que diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da insuficiência renal crônica, incluindo diabetes, hipertensão arterial, obesidade, doenças cardiovasculares e tabagismo. Ele alerta para os principais sintomas, como alterações na urina, dores nas costas, inchaço no corpo, fraqueza e cansaço.

Dia do Rim: médico e paciente comemoram 44 anos de transplante
Fonte: Ministério da Saúde

Lista de espera

No Brasil, 39.069 pessoas aguardam ansiosamente por um telefonema ou comunicação que indique a disponibilidade de um rim para transplante. Desse total, 1.223 são residentes no Espírito Santo. Entre esses pacientes está Clelmo da Silva Telmo, um engenheiro químico aposentado que enfrenta sua segunda passagem na lista de espera.

“Há 20 anos, comecei a fazer hemodiálise após descobrir a doença aos 10 anos de idade. Recebi um transplante de rim do meu pai, que durou 15 anos, mas retornei à hemodiálise no final de 2020 devido a um ataque da doença de base ao rim transplantado. Agora, estou na fila estadual aguardando um novo transplante, possivelmente com meu irmão como doador vivo, já que ele foi compatível quando meu pai doou”, relatou o engenheiro químico aposentado.

Clelmo esclarece que a determinação e otimismo refletem a resiliência dos pacientes renais diante dos desafios que enfrentam. “Enquanto aguardo, tento manter a esperança. Embora seja um momento desafiador, mantenho uma postura de calma e deixo as coisas acontecerem naturalmente”, destaca.

1.223 pessoas aguardam ansiosamente por um telefonema ou comunicação que indique a disponibilidade de um rim para transplante
Alimentação saudável ajuda a prevenir problemas renais. Foto: Gov.Br

Dicas de prevenção

O nefrologista do Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV), Dr. José Nilton do Amaral Torres listou algumas dicas e cuidados importantes relacionados ao cuidado com os rins, tanto para aqueles que nasceram com eles quanto para aqueles que passaram pelo procedimento de transplante.

  • Uso de Medicamentos: Pacientes transplantados precisam tomar medicamentos imunossupressores pelo resto da vida para evitar a rejeição do órgão transplantado. É essencial seguir rigorosamente o regime de medicação prescrito pelo médico.
  • Dieta Adequada: Manter uma dieta balanceada e saudável é crucial para a saúde renal. Isso inclui consumir alimentos ricos em nutrientes e evitar o consumo excessivo de sal, açúcar e gorduras saturadas.
  • Hidratação: Beber bastante líquido é fundamental para a saúde dos rins, pois ajuda a eliminar toxinas e resíduos do corpo. A ingestão adequada de água pode ajudar a prevenir a formação de cálculos renais e outras complicações.
  • Controle de Outras Condições Médicas: Pacientes com problemas renais, como diabetes e pressão alta, devem monitorar de perto essas condições e seguir as recomendações médicas para mantê-las sob controle. O controle adequado dessas condições pode ajudar a proteger a saúde dos rins.
  • Evitar Medicamentos Nefrotóxicos: Certos medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), podem ser prejudiciais aos rins. É importante evitar o uso desnecessário desses medicamentos e sempre consultar um médico antes de tomar qualquer novo medicamento.
  • Cuidados Gerais de Saúde: Além disso, é essencial adotar um estilo de vida saudável, que inclua atividade física regular, evitar o consumo excessivo de álcool e não fumar. Esses hábitos podem ajudar a proteger a saúde geral e a função renal.

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