Medos, dúvidas e mudanças perpassam os caminhos dos jovens atuais
Por Paula Bourguignon
Uma das fases da vida quando há muitas descobertas e mudanças é dos 15 aos 24 anos. No Dia Internacional da Juventude, comemorado nesta sexta-feira 12 de agosto, essa parcela da sociedade deve refletir sobre seu papel e como pode ser inserida nas discussões de políticas públicas de saúde, educação, cultura, mercado de trabalho, entre outras áreas que contribuam para seu desenvolvimento.
Além disso, a data tem como objetivo despertar a própria juventude, pois são os jovens os agentes transformadores fundamentais para a identificação de soluções novas e inovadoras para um futuro mais promissor.
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“O Dia Internacional da Juventude nos faz refletir muito sobre os jovens que temos hoje. É uma juventude que tem a informação na palma das mãos, muitas das vezes, falta um pouco de atitude do que fazer com tanto conhecimento. Eles precisam saber o que fazer diante de tanta informação para mudança de um contexto social, econômico e político”, cita a neuropsicopedagoga Mônica Alvarenga Felix Guidoni.
Falando nisso, quais pais não ficam apreensivos a respeito do que será daqui para frente, diante de tantos casos de violência, economia instável e desemprego? Outra questão muito debatida atualmente é a dependência dos jovens por aparelhos eletrônicos e quais os conteúdos e posts feitos nas redes sociais, já que são ferramentas fáceis de acesso e com tempo, muitas vezes, ilimitado.
Cristina de Oliveira Machado, 58 anos, administradora e corretora de imóveis, e Rogério Pimentel Machado, 68 anos, professor de Educação Física, são pais de Graziela, 23 anos, e dizem que as principais preocupações são em relação à violência e ao uso constante do celular: “Na minha época, eu não tinha tanta preocupação com a violência, amava viajar, uma festa com meus amigos e passear. Esses jovens de hoje não enxergam nem a metade do perigo que vemos hoje”, disse Rogério.
Já a mãe menciona a frequência exagerada no celular: “Hoje em dia, os jovens só querem saber de ficar em função do WhatsApp. Por isso, aqui em casa, damos prioridade para fazer as principais refeições com todos à mesa e, de preferência, sem estar com o celular por perto, para termos um momento de conversa e até mesmo de descontração”.
Graziela, que é estudante de Design Gráfico, fala que a sua grande preocupação hoje é em relação ao mercado de trabalho: “Quero muito investir na minha profissão. Pretendo fazer muito na minha área. Gostaria depois que terminar o curso fazer Design de Interiores”, comenta a jovem.
Novas gerações
Atualmente, os jovens têm se mobilizado para discutir assuntos como educação, saúde, política, segurança, geração de trabalho e renda, economia e sustentabilidade. Isso mostra o amadurecimento e a responsabilidade dessas novas gerações.
Importante dizer que, atualmente, por meio do Programa Mundial de Ação para a Juventude, a Organização das Nações Unidas (ONU) incentiva ações políticas e diretrizes que ajudam a apoiar a melhoria na qualidade de vida dos jovens de todo o mundo.
Recém-formada em Jornalismo, Amanda Gonçalves, 23 anos, disse o que espera do seu futuro: “Como acabei de me formar aos meus 22 anos, essa pergunta se torna até um pouco difícil de responder devido a todas incertezas, mas, para o meu futuro, ainda espero mais oportunidades no mercado de trabalho e estabilidade financeira”, comenta.
“Penso que temos hoje uma juventude que é o caminho, e precisamos resgatar algumas coisas do nosso ponto de partida, aonde queremos chegar. Faltam mais autonomia, mais disponibilidade e mais interesse um pelo outro. Muitos pais querem decidir e pensar por esses jovens. Devemos deixar os jovens serem protagonistas da sua própria vida”, conclui a especialista Mônica Alvarenga Felix Guidoni.
“O Dia Internacional da Juventude deste ano tem como tema ‘Solidariedade intergeracional: criar um mundo para todas as idades’. Precisamos atuar em todas as gerações para alcançarmos as metas de desenvolvimento sustentável, dar as mãos através de gerações para transpor barreiras e alcançarmos um mundo mais justo, inclusivo e equitativo além disso precisamos combater discriminações e preconceitos olhar para a juventude e ajudá-la a perceber e desenvolver o seu potencial”, destacou a gerente de Cidadania e Direitos Humanos da Prefeitura de Vitória, Renata Segóvia.