Esta terça-feira (17) é comemorado o Dia do Patrimônio Histórico. Pensando nisso, ES Brasil te convida a mergulhar na história e na cultura capixaba através da capital do Espírito Santo. Vamos lá?
Por Munik Vieira
Andar pelo Centro de Vitória é como fazer uma viagem no tempo. A sensação é de que somos transportados ao passado, assim que pisamos pelas calçadas e ruas. Construções que remetem ao início do século passado ou, ainda, ao início da colonização do Espírito Santo.
Confira os patrimônios históricos de Vitória!
O patrimônio histórico do Centro é mais antigo do que os das cidades de Ouro Preto (MG) e São Paulo (SP). Turistas e moradores contam com visitas monitoradas gratuitas.
Vitória é uma cidade de antigas edificações. Mesmo antes de tornar-se a capital do Espírito Santo, seu território já comportava capelas, fortes e espaços hoje transformados em monumentos históricos que trazem a história da dominação, da luta dos nativos e do desenvolvimento.
Viaduto Caramuru
O Viaduto Caramuru foi construído em 1925 com o objetivo de ligar as ruas Dom Fernando e Francisco Araújo e servir de passagem para o bonde, que então circulava pela Cidade Alta. O bonde, entretanto, nunca chegou a atravessar o viaduto, ou porque temiam que ele não aguentasse o peso ou porque o bonde não era capaz de fazer a curva que ligava as ruas ao viaduto.
Onde fica
Rua Caramuru, Cidade Alta – Centro Histórico, Vitória – ES
Palácio Anchieta
O Palácio Anchieta é uma das sedes de governo mais antigas do Brasil. Foi construído inicialmente para abrigar o colégio jesuíta. Com a chegada dos padres Brás Lourenço e José de Anchieta à cidade, a construção recebeu uma base mais sólida. Anchieta foi um dos personagens mais significativos da ordem jesuíta no Brasil, e ficou conhecido pelo trabalho com os nativos da Região Sudeste. O túmulo simbólico do religioso se encontra no local onde era o altar-mor da antiga igreja.
Visitas guiadas e gratuitas
Na parte histórica, de terça a sexta-feira, das 9 às 17 horas.
Na antiga residência dos governadores e gabinete, aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 16 horas
Onde fica
Rua Pedro Palácios – Centro Histórico, Vitória, ES
Tel: (27) 3636-1032 e 3636-1048
Escadaria Maria Ortiz
A Escadaria Maria Ortiz, antes chamada de Ladeira do Pelourinho, traz em seu nome a lembrança da vitória dos capixabas sobre piratas holandeses, que tentaram conquistar a ilha durante o século XVII.
Alvo de piratas e de corsários desde a descoberta do Brasil, a cidade de Vitória tem um histórico de vitórias sobre piratas famosos. Um desses invasores foi o corsário holandês Pieter Pieterszoon Heyn (conhecido também como Piet Heyn), que aportou em 10 de março de 1625 e, junto com seus subordinados, atacou a vila na tentativa de conquistá-la. Entretanto, os invasores foram surpreendidos pela imprevista iniciativa da capixaba Maria Ortiz.
A jovem se destacou por incentivar os vizinhos a arremessarem água fervente, brasa, pedras, entre outros objetos, sobre os holandeses que subiam pela então Ladeira do Pelourinho. Os invasores buscavam alcançar o coração de Vitória, a Cidade Alta, e dali o domínio da ilha. Seguindo o exemplo de Maria Ortiz, o povo capixaba conseguiu espantar os holandeses, que retornaram ao seu navio, atracado onde atualmente se encontra a Praça Oito de Setembro, e se foram.
A Escadaria de São Diogo
A escadaria foi construída ao lado de um antigo forte de proteção de Vitória, o Forte São Diogo, que tinha a posição estratégica de monitorar um dos acessos à cidade alta. A fortificação defendia o braço de mar que entrava pela Baía de Vitória em direção à Praça Costa Pereira e seguia dividido à Fonte Grande e à Igreja e Convento de Nossa Senhora do Carmo.
Praça Oito de Setembro
Antes do aterro existia no local o Cais Grande e depois o Cais da Alfândega. Em 1911, após o aterro foi construída a praça chamada Oito de Setembro, nome que permanece até hoje em homenagem a data de fundação da Cidade de Vitória. Abriga um relógio montado pelo alemão João Ricardo Hermamm Schorling que emite a cada hora os sete primeiros acordes do Hino do Espírito Santo.
A praça é um dos principais locais de concentração e de manifestações populares. O caráter político da Praça sempre foi muito forte.
Onde fica
Av Jerônimo Monteiro, 348, Centro Histórico, Vitória
Praça Costa Pereira
A Praça Costa Pereira é um dos mais importantes espaços históricos do Centro da capital. Conhecida inicialmente como Largo do Teatro, por abrigar o Teatro Melpômene. o Largo Costa Pereira ganhou esse nome em homenagem ao conselheiro José Fernandes da Costa Pereira Júnior, importante figura abolicionista. Muitos anos se passaram até que o Largo fosse chamado de Praça, por causa da lentidão nos processos de paisagismo e pavimentação.
Onde fica
Av. Jerônimo Monteiro, Centro, Vitória
Forte São João
O Forte São João – atualmente conhecido como Saldanha da Gama – foi construído, no início do século XVIII, para ser uma fortaleza e proteger a ilha de Vitória de invasões estrangeiras. Depois, funcionou como cassino e foi, durante décadas, sede de um tradicional clube de regatas da cidade – o que lhe valeu o nome pelo qual é conhecido até hoje. Essa é a história do Saldanha da Gama, prédio comprado e reformado pela Prefeitura de Vitória, local aberto à visitação pública e atual sede da Secretaria de Esportes e Lazer
Onde fica
Endereço: Av. Vitória, 320 – Centro, Vitória
Escola Técnica Municipal de Teatro, Dança e Música FAFI
No coração da Ilha de Vitória, a FAFI contribui no processo de revitalização do Centro. Funciona num edifício projetado pelo arquiteto tcheco-eslovaco Josef Pitlik, construído no governo de Florentino Avidos (1924-1928) e inaugurado em 1926, durante o Oitavo Congresso Brasileiro de Geografia.
Em março de 1998, a FAFI se transformou em uma escola de qualificação profissional em teatro e dança, formando, em dezembro de 1999, suas duas primeiras turmas nessas áreas. Em 2010, a Prefeitura de Vitória incorporou a área de Música à escola. Em setembro de 2012, foi publicado o Decreto Municipal 15.486, que instituiu a Escola Técnica Municipal de Teatro, Dança e Música FAFI, vinculada à estrutura organizacional da Secretaria Municipal de Cultura (Semc).
Onde fica
Avenida Jerônimo Monteiro, 656, Centro
Igreja São Gonçalo
Conhecida como a igreja dos casamentos duradouros, o local abrigou a capela construída pela Irmandade de Nossa Senhora do Amparo e da Boa Morte. Em 1715, a irmandade solicitou a construção de uma nova igreja, consagrada a São Gonçalo Garcia. Em 2 de novembro 1766, com a presença do Visitador Diocesano, padre Antônio Pereira Carneiro, e do vigário da vila de Vitória, Antônio Xavier, a igreja foi consagrada a este santo português.
Diante da desapropriação da Igreja de São Tiago e da demolição da Igreja Matriz, a igreja de São Gonçalo serviu como sede paroquial e exerceu as funções de Catedral. Sua fachada e altar-mor, com entalhes em madeira pintados a ouro, possuem características da arquitetura barroca. Foi tombada pelo IPHAN em 1948.
Visitas monitoradas e gratuitas, de quarta a domingo, inclusive feriados, das 13 às 17 horas.
Onde fica
Rua São Gonçalo – Centro – Ver no mapa
Telefone: (27) 3233-2856
Igreja do Rosário
A construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário foi iniciada em 1765. A estrutura principal foi concluída em dois anos, com a mão de obra escrava negra.
Tombada como patrimônio histórico, a igreja mantém as características originais da fachada colonial e o frontão barroco, além do cemitério e dos ossários em seus corredores.
Ao lado, foi construída a “Casa de Leilão”, que tinha o nobre exercício de arrecadar verbas para comprar a alforria de escravos.
Um pequeno museu resgata essa história, apresentando imagens e peças utilizadas pela Irmandade de São Benedito, inclusive antigas vestes e um andor que pesa cerca de 400 quilos, usados pelos fiéis durante as famosas procissões.
*Visitas monitoradas e gratuitas, de quarta a domingo, inclusive feriados, das 13 às 17 horas (serviço atualmente suspenso por obras de manutenção).
Onde fica
Rua do Rosário, Cidade Alta – Centro – Ver no mapa.
Telefone: (27) 3235-7444
Capela de Santa Luzia
É a igreja mais antiga de Vitória. Foi erguida no século XVI sobre uma rocha, em estilo colonial, com traços arquitetônicos simples e edificada na fazenda de Duarte Lemos, na sesmaria doada pelo primeiro donatário da Capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho.
Construída em pedra e cal de ostra e coberta com telhas de barro, apresenta as mesmas características das outras igrejas do Espírito Santo: nave retangular, mais longa e mais alta do que a capela-mor. Tem como peculiaridade uma única porta de acesso, coroada com um pequeno frontão, datado do século XVIII, ao lado da torre sineira.
Visitas monitoradas e gratuitas, de quarta a domingo, inclusive feriados, das 13 às 17 horas (serviço atualmente suspenso por obras de restauro pelo IPHAN).
Onde fica
Rua José Marcelino, s/nº – Centro – Ver no mapa
Telefone: (27) 3223-0606
Catedral Metropolitana de Vitória
A Catedral Metropolitana de Vitória começou a ser construída em 1920 e foi concluída em 1970. O projeto inicial era de Paulo Motta, o mesmo que projetou o Parque Moscoso, e foi se modificando com o passar dos anos, tendo recebido colaboração de vários artistas e arquitetos.
Com a criação da Diocese do Espírito Santo (1895) e a nomeação do primeiro bispo, Dom João Batista Correia Nery, a igreja recebeu o título de Catedral. Posteriormente, deteriorada e considerada pequena demais para comportar o crescente número de fiéis, foi demolida com o intuito de ser substituída por uma igreja maior, de acordo com o desejo de modernizar a capital do estado.
Símbolo da cidade de Vitória, a Catedral foi tombada pelo Conselho Estadual de Cultura, em maio de 1984. Destaca-se no ambiente por sua imponência e por possuir arquitetura eclética com característica neogótica. Tem como destaque os maravilhosos vitrais de suas paredes.
Visitas monitoradas e gratuitas, de quarta a domingo, inclusive feriados, das 13 às 17 horas.
Onde fica
Praça Dom Luiz Scortegagna – Centro – Ver no mapa
Telefone: (27) 3223-0590