Junior Corrêa anunciou que deixará vida política para se tornar padre; Vereador entregou presidência do partido na tarde desta sexta
Por Robson Maia
A decisão do vereador Junior Corrêa (PL) de desistir do mandato de vereador do município de Cachoeiro de Itapemirim, Região Sul, pode criar um verdadeiro efeito dominó pensando nas eleições municipais que se aproximam. Membro do Legislativo mais votado e até então pré-candidato à Prefeitura de Cachoeiro, Corrêa anunciou nesta semana a saída da vida política para se tornar padre.
As rusgas entre o vereador e a legenda não são exatamente uma novidade. No início da semana, o parlamentar divulgou uma nota oficial em que expôs frustrações com posturas observadas dentro do partido. No entanto, posteriormente, o texto foi apagado.
Na última quarta-feira, Corrêa oficializou a desistência do mandato, conforme informado pela ES Brasil. A decisão de se dedicar a vida religiosa se deu após a participação do vereador em um retiro espiritual, que durou cerca de 15 dias.
“Fui fazer um retiro de 15 dias em um mosteiro e foi nesse silêncio que ouvi a voz de Deus falando comigo. Estava em primeiro lugar nas pesquisas, com chances reais. Eu saio da vida pública, não vou mais disputar a eleição de prefeito e não serei nem candidato a vereador ou deputado, para poder me dedicar a quem deu a vida por mim”, disse o político.
No vídeo publicado nas redes sociais, o vereador voltou a externar sua chateação com o partido presidido pelo senador Magno Malta (PL-ES) no Espírito Santo e declarou preocupação com os rumos das eleições no município cachoeirense.
“A minha nota semana passada foi feita num momento de tristeza, mas eu não tiro nenhuma palavra. O senador Magno Malta tem nas mãos uma Lamborghini, mas se não houver diálogo com seus conservadores, corre o risco de chegar na corrida eleitoral com o pneu careca e, na primeira curva acentuada, o carro vai derrapar”, desabafou o parlamentar.
Na tarde desta sexta-feira (16), Corrêa se reuniu com o senador capixaba e com o deputado estadual Callegari (PL) para a entrega simbólica da presidência do partido no município. O vereador publicou um vídeo ao lado dos companheiros de legenda e reafirmou que deixará a vida política, dando seguimento ao sacerdócio.
“Hoje, o senador Magno Malta me ligou e veio até a minha casa com o deputado Callegari para conversarmos sobre os episódios recentes e minha decisão de deixar a corrida eleitoral para me dedicar ao meu primeiro amor, o sacerdócio. Até sábado, quando venceu a validade da executiva municipal, eu era o presidente do PL em Cachoeiro. Agora, faço a transmissão do cargo para o deputado Callegari que conduzirá a partir de agora o partido. No mais, agradeço a todos que até aqui estiveram comigo e que Deus abençoe Cachoeiro e o Brasil!” escreveu o vereador na mensagem publicada junto ao vídeo.
Estratégica para o PL por ser um dos principais centros políticos do Espírito Santo, a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim vive um cenário de indefinições para as eleições.
Corrêa era tido como um dos principais nomes entre os pré-candidatos não somente pelos 2,5 mil votos obtidos quando eleitos para a Câmara em 2020, mas pela votação expressiva conquistada nas eleições em 2022, quando foi candidato a deputado federal. Na ocasião, ele alcançou cerca de 37 mil votos, ficando como primeiro suplente.
