Deputado Glauber Braga participará de ato contra cassação do mandato em Vitória
Por Robson Maia
O deputado federal Glauber Braga, do Psol-RJ, chegou ao Espírito Santo nesta sexta-feira (9) para buscar apoio da população e de parlamentares do estado para fortalecer a luta contra a tentativa de cassação de seu mandato, prevista para ser votada no plenário da Câmara dos Deputados no início de julho.
Glauber participará de uma coletiva de imprensa nesta tarde na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), onde abordará os motivos políticos que classifica como perseguição ao seu mandato, além de detalhar os próximos passos da mobilização popular em sua defesa.
Às 17 horas, o parlamentar se encontrará com apoiadores e movimentos sociais em frente à entrada principal da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Vitória, para um ato público. “Essa perseguição não pode continuar!”, afirma Glauber Braga, convocando a população a participar do ato.
A Caravana #GlauberFica tem percorrido o país mobilizando apoio contra a cassação, denunciando o caráter político da ação e reforçando a necessidade de resistência diante de ataques à representação popular.
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O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados aprovou ainda no último mês a representação que pede a cassação do deputado Glauber Braga por quebra de decoro parlamentar. Por 13 votos favoráveis e 5 votos contrários, os integrantes do Conselho aprovaram o parecer do relator, deputado Paulo Magalhães, do PSD (BA), que recomenda a perda do mandato de Glauber Braga.
Durante a reunião que definiu a cassação do mandato do deputado carioca, foram registrados tumultos entre opositores e apoiadores de Braga. O Conselho de Ética discutiu o parecer por sete horas.
Glauber Braga foi acusado pelo partido Novo de ter expulsado da Câmara, em abril do ano passado, com empurrões e chutes, o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro. A cena foi filmada. Costenaro participava de manifestação de apoio a motoristas de aplicativo durante o debate de proposta que regulamenta a profissão (PL 12/24).
Defesa
Dezenas de deputados se inscreveram para defender Glauber na reunião do Conselho de Ética. O deputado Chico Alencar, do Psol (RJ), apresentou voto em separado pedindo sua absolvição. Ele alegou que a mãe de Glauber foi ofendida pelo manifestante e o relatório pela cassação não considerou esse fato. Vários deputados disseram que a pena de cassação é desproporcional ao acontecido. O Conselho de Ética também poderia advertir o deputado ou suspender suas atividades.
Alencar afirma que houve casos anteriores que não resultaram em cassação. “Eu vi com tristeza, em 2001, o relator [Paulo Magalhães] agredindo ou saindo no esforço físico com um escritor que fez um livro com acusações contra o seu tio, Antonio Carlos Magalhães, é um fato.”
O relator, deputado Paulo Magalhães, negou que, naquela ocasião, tenha cometido alguma agressão.
O deputado Guilherme Boulos, do Psol (SP), afirmou que a cassação de Glauber Braga abriria um precedente perigoso. “Será premiar criminosos e punir a vítima. O que ele [Gabriel Costenaro] fez com o Glauber, uma ofensa absurda, uma agressão moral, ele poderia fazer com qualquer um de nós. Eu peço apenas que pensem.”
Greve de fome
Ao final da reunião, Glauber Braga anunciou que permaneceria no plenário do Conselho de Ética e faria greve de fome. O protesto durou cerca de 9 dias, com o deputado suspendendo a greve após firmar um compromisso com o presidente Hugo Motta, do Republicanos (PB), que prometeu não colocar o processo em votação no Plenário no prazo de 60 dias após a deliberação do recurso do deputado na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ).
