Estudo foi realizado com 470 crianças em em diversas localidades da Região Metropolitana
Por Kebim Tamanini
Uma pesquisa realizada na Região Metropolitana da Grande Vitória trouxe à tona uma preocupação significativa sobre a saúde infantil. O estudo avaliou 470 crianças, com idades entre 7 e 10 anos, acompanhadas por seus responsáveis, e revelou uma tendência alarmante: um aumento significativo nos casos de excesso de peso e níveis elevados de colesterol entre os jovens.
Essa pesquisa foi conduzida ao longo de dois anos nos municípios de Cariacica, Serra, Vila Velha e Vitória, durante os quais foram realizadas três rodadas de coleta de dados, acompanhadas por uma série de atividades educativas.
- Mais da metade dos brasileiros têm excesso de peso
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Além disso, foram identificados fatores de relevância, como uma alta sensibilidade à ansiedade, pressão arterial fora dos padrões, um elevado tempo dedicado ao uso de dispositivos móveis e computadores, bem como uma reduzida participação das crianças em atividades físicas. A pesquisa também analisou minuciosamente os hábitos alimentares das crianças, revelando que alimentos como produtos embutidos, achocolatados, biscoitos e bebidas açucaradas estão entre os mais consumidos por elas.
A professora Maria Del Carmen Bisi Molina, coordenadora da pesquisa e docente da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), justificou a realização do estudo, destacando que o impacto da obesidade representa uma crescente e desafiadora demanda de assistência à saúde em diferentes níveis de complexidade.
“Esse cenário mostra a importância de incorporar ações de promoção, com foco na prevenção da obesidade infantil, no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). Pesquisas nacionais indicam que, em algumas regiões metropolitanas do Espírito Santo, aproximadamente 25% das crianças apresentam excesso de peso”, enfatizou a pesquisadora.
Obesidade no país
Vale ressaltar que, de acordo com o Atlas da Obesidade no Brasil, elaborado pelo Ministério da Saúde, o Espírito Santo ocupa diferentes posições preocupantes em relação à obesidade e ao excesso de peso em crianças, dependendo da faixa etária. Veja na tabela abaixo:
Ranking Nacional de Obesidade | |
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16ª posição | Crianças entre 5 e 9 anos |
21ª posição | Crianças entre 2 a 4 anos |
19ª posição | Crianças com menos de 2 anos |
A obesidade infantil representa um desafio global de saúde pública que requer atenção imediata. Dados nacionais revelam que, no Brasil, três em cada dez crianças, com idades entre 5 e 9 anos, estão enfrentando problemas de excesso de peso. Alarmantemente, de acordo com o Atlas Mundial da Obesidade e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está projetado para ocupar o 5º lugar no ranking de países com o maior número de crianças e adolescentes com obesidade até 2030, e há apenas uma pequena probabilidade, de apenas 2%, de reverter essa tendência caso nenhuma ação seja tomada.