Com período chuvoso, engenheiro civil do Crea-ES destaca sinais aos quais os moradores devem estar atentos na estrutura da moradia
Por Kebim Tamanini
O Espírito Santo vem enfrentando uma série de temporais ao longo do ano de 2024, levantando um alerta para o risco de desabamentos em algumas regiões do estado. Especialistas destacam que o solo e o relevo desempenham um papel crucial nessas questões, e a população que reside em áreas de encostas tem motivos adicionais para preocupação, devido à instabilidade do terreno e ao risco iminente de escorregamentos.
Conversamos com Éder Carlos Moreira, geólogo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), sobre as regiões propensas a desabamentos devido às características do solo. “No sul do estado, especialmente em regiões montanhosas, encontramos áreas com declives variados e tipos de solo que podem ser rasos ou profundos. Essas áreas, onde há solos rasos e bacias fechadas com declividade, são propensas a deslizamentos e corridas de massa”, destacou.
O comportamento do centro do Espírito Santo segue uma tendência semelhante à observada no sul do estado. Na Grande Vitória, porém, bairros como São Torquato e Morro do Moreno, em Vila Velha, Forte São João, em Vitória, e Oriente, em Cariacica, merecem atenção especial, conforme aponta o especialista do Crea-ES.
Moreira ressalta que, ao analisar a região Norte do Estado, os deslizamentos não são a maior preocupação, uma vez que não se trata de uma área montanhosa. “As inclinações são menores e a diferença de altitude é reduzida. Nessa área, encontramos regiões mais baixas, suscetíveis a inundações durante o período chuvoso e, durante a estação seca, enfrentamos escassez hídrica, risco de incêndios florestais e perdas nas propriedades agrícolas e pecuárias”, explicou o geólogo.
Cuidados
De acordo com o engenheiro civil do Crea-ES, Giuliano Battisti, imóveis com problemas mais graves são aqueles construídos sem o acompanhamento de um profissional legalmente habilitado.
“Outros fatores contribuem para o aumento dos riscos de desabamentos ou outros problemas estruturais, colocando em risco a saúde da população, como a proximidade a rios ou áreas com risco de deslizamento de terra, imóveis antigos ou abandonados sem manutenção, marquises em risco de desabamento e estruturas urbanas, como postes, pontes e abrigos de ônibus”, explica outras situações, além da falta de acompanhamento profissional o engenheiro civil.
Os sinais mais evidentes de que um imóvel pode estar em risco incluem o aparecimento de trincas e rachaduras nas paredes, bem como deformações excessivas na estrutura. Ao notar tais sinais, especialistas alertam que é importante monitorar se eles estão aumentando, o que pode ser feito com a colocação de fitas adesivas ou até mesmo com o uso de gesso para observar a evolução das trincas.
Battisti ressalta que, em casos significativos ou em que as trincas estão se ampliando, é essencial chamar um engenheiro para avaliação. “Em todas as etapas, desde a seleção do terreno até a execução da obra e a manutenção do imóvel, é fundamental consultar um engenheiro”, esclarece.