Economista capixaba explica como o aumento da taxa básica de juros vai influenciar na vida dos capixabas
Por Amanda Amaral, com informações da Agência Brasil
A Taxa Selic teve nova alta nesta quarta-feira (02), após a primeira reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Acompanhando as expectativas dos analistas financeiros, ela subiu 1.5 ponto percentual e passou para 10, 75%. É a primeira vez em cinco anos que os juros chegam a dois dígitos.
Desde setembro, os juros básicos têm sido elevados nesse ritmo. A Taxa Selic é a chamada taxa básica de juros da economia, destacou o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES), Claudeci Pereira Neto.
- ES: Recorde na geração de empregos formais em 2021
- Acesse nossas redes sociais: Instagram e Twitter
“Ela é o centro das taxas, no qual flutuam outras taxas como a do cartão de crédito, de financiamento, de emissão de títulos públicos, outras. Na dinâmica econômica, um banco empresta para outro banco, inclusive até o Banco Central. A Selic determina este empréstimo bancário. Ou seja, ela aumenta os custos do crédito”, explicou.
Assim, o aumento da Selic visa segurar o consumo dos capixabas e de todos os brasileiros, sejam pessoas físicas ou jurídicas, à medida que os custos para pegar dinheiro emprestado ficam mais altos, segundo Neto.
Inflação e IPCA
A subida da taxa de juros se deu em razão da alta inflacionária nos últimos meses, que culminou no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do país, fechando 2021 em 10,06%, o maior percentual desde 2015.
Os analistas financeiros têm elevado as projeções a cada documento, porém, o último relatório Focus do Banco Central já prevê que a inflação deve terminar o ano de 2022 em 5,38%, valor bem menor do que o atual.
“Este é um cenário muito desafiador. A primeira coisa é a inflação alta que, corrói o poder de compra dos capixabas, os salários dos trabalhadores e a renda de quem trabalha por conta própria. O IPCA o ano passado foi de 10%, e o salário e a renda não acompanham”, comentou o economista.
Meta da Inflação
Cabe ressaltar que a meta do BC está projetada para 3,50%, com tolerância de 2,0% a 5,0%. Ou seja, o relatório vem indicando que novamente o índice deve fechar o ano cima do planejado pelo Governo Federal.
Com relação à Selic, o presidente do Corencon-ES ressalta: “O boletim Focus está prevendo com base na expectava de mercado que termine o ano em 11,75%”.
Histórico da Taxa
Principal instrumento para controle da inflação, a Selic continua em ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegou a 6,5% ao ano, em março de 2018.
Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até chegar ao menor nível da história em agosto de 2020, em 2% ao ano. Começou a subir novamente em março do ano passado, tendo aumentado 7,25 pontos percentuais até agora.
O Copom
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do comitê, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.
