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sábado, 27 abril, 2024

Como a direita pode crescer nas Eleições 2024 no ES?

ES Brasil apresenta cenário da direita no Espírito Santo e suas principais articulações

Por Robson Maia

Com as Eleições 2024 cada vez mais próximas, as disputas internas e as movimentações partidárias se tornam cada vez mais nítidas. Com ampla preferência entre o eleitorado capixaba, a direita espírito-santense tem se articulado para conquistar um número ainda maior de prefeituras em relação ao último pleito.

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Os números observados na última eleição deixaram claro que a população capixaba tem se inclinado para os partidos de direita. Na disputa presidencial, por exemplo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com boa margem no estado capixaba.

No primeiro turno, Bolsonaro liderou a disputa no Espírito Santo, com 52,23% dos votos válidos. Lula apareceu em seguida, com 40,40%. No segundo turno, a margem foi ainda maior: o candidato da direita obteve 58,04% dos votos válidos, enquanto o petista conquistou 41,96% dos votos válidos.

Analisando o desempenho nos 78 municípios, é possível assimilar ainda melhor o posicionamento do eleitorado em 2022: Bolsonaro venceu em 56 municípios, enquanto o candidato que representou a esquerda no pleito obteve apenas 22 cidades, sendo a grande maioria no extremo norte e extremo sul do ES.

Para além do PL

Além da sigla do ex-presidente, partidos de centro-direita também merecem atenção especial para as próximas disputas. MDB, União Brasil, PSDB, PSD, Podemos, Progressistas e Republicanos são alguns dos partidos que podem angariar bons resultados.

Na Grande Vitória, por exemplo, os partidos, juntos, já somam 5 das 7 prefeituras. A representação nos legislativos também expressam uma grande maioria. Em Vitória, por exemplo, 12 dos 15 vereadores fazem parte de partidos com alinhamento mais à direita.

As articulações feitas por estes partidos mais centrais podem fazer toda a diferença no resultado das urnas mais uma vez. O PSDB nas eleições presidenciais foi um exemplo disso. Sua união com o PT pode ter ajudado a reverter o voto de uma parcela de indecisos durante o pleito de 2022.

Rejeição ao PT faz o PL ganhar força

No mundo polarizado, analisa-se o desempenho da direita sobretudo pelos resultados do “principal” partido desta ala: o PL. O partido terá um papel significativo nas ações envolvendo o fortalecimento da direita capixaba, rivalizando, em grande maioria, com os candidatos posicionados mais à esquerda.

“O PL tem uma determinação: nós seremos cabeça em todos os municípios. Onde não der, nós estaremos negociando com os partidos de quem somos aliados. E a princípio, no Espírito Santo, na Grande Vitória, nos grandes municípios e nos pequenos, nós estamos trabalhando para fazer chapas de vereadores e para que o partido tenha um grande desempenho, como teve [em 2022]. Foi a segunda maior votação do Estado”, disse o presidente da legenda, o senador Magno Malta.

As principais articulações do partido, até o presente momento, estão em municípios estratégicos. Na Grande Vitória, por exemplo, a legenda tem o deputado Capitão Assumção, em Vitória, e Coronel Alexandre Ramalho, em Vila Velha, como pré-candidatos.

No interior, o PL tem fortalecido sua base, com candidaturas em Cachoeiro de Itapemirim, do vereador Leo Camargo; Linhares, com Maurinho Rossoni; Colatina, com Luciano Merlo; e São Gabriel da Palha, com a recente filiação do atual prefeito Tiago Rocha.

“A história recente do PL é de muitos desafios e enfrentamentos. Não uma linha retilínea, mas uma linha turva, mas que tem dado bom resultado. A expectativa para 2024 é que o PL tenha um bom resultado em todo o Brasil, e a tendência é que o PL no Espírito Santo tenha um resultado melhor do que o do ciclo passado. A tendência é de crescimento do PL comparado com o último ciclo municipal”, destacou o analista político Darlan Campos.

O partido viveu contratempos nas articulações para o próximo. Antes da chegada de Ramalho à legenda, o então pré-candidato, Thiago Oliveira Nascimento, foi preso acusado de extorsão e lavagem de dinheiro com criptomoedas em operação conduzida pelos órgãos de segurança. O veterinário segue sob custódia aguardando julgamento.

Em Cachoeiro de Itapemirim, Região Sul, o partido viveu um cenário completamente imprevisível. O vereador Junior Corrêa (PL), tido como o principal nome para a disputa do Executivo no município, desistiu da vida política para se tornar padre, gerando incertezas sobre o cenário político na cidade.

Na capital, o pré-candidato da legenda, deputado Capitão Assumção, foi detido de forma preventiva no fim de fevereiro a mando do STF e solto após votação na Assembleia Legislativa do ES. Ele é investigado no inquérito que apura ataques aos Poderes, sobretudo ao Judiciário, e no inquérito das fake news.

Apesar dos episódios que forçaram recalcular a rota, Campos acredita que o partido sai fortalecido em determinados discursos. “É claro que o partido imaginava alguns cenários diferentes, mas esse episódio do Assumção, por exemplo, fortalece o discurso do PL para a sua base. O discurso de perseguição, seja para Bolsonaro, seja para a galera do PL. Então, de alguma forma, não muda muito a situação do PL e nem para o Capitão Assumção. Nos outros casos, vai exigir uma articulação maior”, frisou o analista.

Saiba as principais estratégias da direita para o crescimento

  • Rejeição ao Governo Federal

Entre as estratégias da direita para as eleições que se aproximam está a rejeição ao Governo Federal. Uma pesquisa do Datafolha apontou que o nível de aprovação e desaprovação da gestão do atual presidente, Lula, estão empatadas em 35%. A crescente dos preços dos alimentos e os posicionamentos políticos adotados em políticas internacionais.

  • Apoio massivo entre os cristãos

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 86% da população brasileira se identifica como cristã. Nesta parcela, a maior parte se inclina a ideias da direita, de acordo com o Datafolha.

O apoio massivo pode ser observado no último mês, no ato bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo. Dos quase 700 mil presentes, cerca de 70% se declararam cristã em um levantamento organizado pela USP.

  • Conservadorismo

Por se pautar de forma mais conservadora, os partidos de direita tendem a conquistar boa parte dos eleitores brasileiros, sobretudo os capixabas. Para o analista Darlan Campos, devido a média conservadora brasileira, a força das tratativas da direita são cada vez mais notórias.

  • Segurança pública

Os discursos radicais sobre um tema sensível – segurança pública – tendem a atrair o eleitorado, sobretudo quando parte dos candidatos dos partidos possuem ligações com órgãos de segurança. Recheados de coronéis, delegados e tantos outros militares, o discurso ganha “validação” quando proferido por quem vivenciou cenários de combate ao crime.

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