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terça-feira, 7 maio, 2024

Cérebro Ativo, Vida Saudável

As atividades diárias não podem dar espaço ao cérebro de experimentar a rotina. Temos muita juventude acumulada; sejamos de bem com a vida!

Por Myrinha Vasconcellos

É comum o ser humano se aposentar da vida laboral e, também, deixar de lado as atividades físicas e cognitivas. A relação direta com a “poltrona do papai” vira uma rotina. Ali, muitas vidas se perdem, diariamente, de canal em canal da TV, procurando-se notícias, sempre as mais sensacionalistas. Após o almoço, ou se retorna à cadeira, ou se deixa seduzir pelo convite irrecusável da cama, para o repouso de uma tarde inteira. O dia transcorre sem praticamente nenhuma ação, e a monotonia alcança a noite, e quando esta chega, vem sem o prenúncio de qualquer novidade.

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Essa tem sido a realidade de muitos aposentados, os mesmos que, antes da aposentadoria, habitualmente, tinham um cotidiano bastante movimentado, em meio a reuniões, viagens de negócios, e projetos a serem implementados. O corpo e o cérebro, antes, repletos de afazeres, cedem ao clamor do descanso, almejado por anos a fio. O importante é buscar-se o equilíbrio, pois estudos tem demonstrado que, quanto maior a acomodação, menos o cérebro é forçado a trabalhar.

Na juventude, devido ao fato de sair de casa, a atenção é voltada para um sem número de informações, todavia, ao se aposentar a tendência é reduzir o ritmo das atividades. Se não houver cuidado e atenção, a ausência de uma rotina de exercícios físicos, pode determinar no surgimento de dores nas articulações, nas pernas, nos braços, levando, inclusive, ao processo de esquecimento.

Claro! De uma hora para a outra o organismo é colocado em estado de descanso, o indivíduo deixa de se exercitar e promove mudanças radicais de comportamento, alteando totalmente os hábitos. Em face a isso o organismo tende a “gritar”. Está comprovado que as doenças degenerativas cerebrais podem ser atribuídas à genética. Porém, estudos demonstram que paralização das atividades físicas e mentais, a partir da aposentadoria, contribuem para o surgimento dos chamados “esquecimentos”, além de patologias como hipertensão, diabetes, aumento de peso etc.

Cheguei aos 73 anos com cérebro ativo e vida saudável. Nunca tive doenças infantis, aos 29 anos tive rubéola e, pela primeira vez, fiz uso de medicamento alopático. Embora tivesse pediatra desde o nascimento, tínhamos um homeopata da família e, até hoje, não abandonei a homeopatia, e por opção, não faço uso de medicamentos alopáticos. Meu conselho é: ‘movimente-se muito e sempre”! E divirta-se também!

Aos 8 anos, no Espírito Santo, onde nasci, iniciei os estudos de piano, chegando até o Conservatório Brasileiro de Música. Participei de inúmeras apresentações musicais, desde a infância. Desde a adolescência, tenho o cuidado de buscar executar peças musicais com progressivo grau de dificuldade, requerendo mais estudo, técnica e desenvoltura na execução. Trabalho desde os 15 anos, me aposentei aos 46 anos e continuo em atividade. Descobri nas artes plásticas, aos 50 anos, a forma de expressar a beleza plástica das cores em movimento, nas mandalas que crio.

Na mesma época que ganhei uma máquina fotográfica, passei a registrar as obras de arte que pinto e os quatro graus de miopia não me impedem de enxergar a beleza através das lentes da câmera. A primeira exposição internacional de fotografia aconteceu em 2003. Três anos após, em menos de quatro horas, fiz um desenho, em preto e branco, que foi exposto na London Biennale 2006. Desafiar o meu cérebro passou a ser algo prazeroso e gratificante, vejo que, quanto mais exijo dele, melhor é a minha performance, e o desempenho me surpreende.

As atividades diárias não dão espaço ao cérebro de experimentar a rotina. Costumo dizer que minha idade é um mero registro no documento civil. Tenho é juventude acumulada. Uma “juventude acumulada” tem tudo para ir além de 2030! Sou de bem com a vida e muito feliz!

Myrinha Vasconcellos é Especialista em Relacionamento Interpessoal, palestrante motivacional e escritora. É também artista plástica, consultora de harmonização de ambientes, fotógrafa e terapeuta floral.

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