A celulose capixaba é exportada para 18 países, com Estados Unidos, China e Turquia sendo os dois primeiros destinos, representando cerca de 80% das exportações
Por Kebim Tamanini
Por décadas a celulose foi o principal produto exportado pelo Espírito Santo. Em 2023, porém, o Complexo Cafeeiro assumiu a liderança, mas a importância econômica da celulose permanece robusta. No primeiro semestre de 2024, o produto movimentou US$ 532,9 milhões, representando 34,28% das exportações do estado, de acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura (Seag). As cidades de Aracruz, São Mateus e Conceição da Barra são as principais produtoras dessa commodity vital.
A celulose capixaba é exportada para 18 países, com Estados Unidos, China e Turquia sendo os dois primeiros destinos, representando cerca de 80% das exportações. “Esses dados demonstram nosso avanço competitivo no cenário internacional, resultado do trabalho e da resiliência dos produtores e agroindústrias do Espírito Santo, que conquistam mercados em todos os continentes com produtos de qualidade e sustentáveis”, destacou Enio Bergoli, secretário de Estado da Agricultura.
Além de impulsionar as exportações, a celulose tem sido fundamental para a economia local, contribuindo significativamente para a receita estadual e diversificando as fontes de divisas. Esse crescimento contínuo reflete a competitividade do setor e sua capacidade de expansão no mercado global, fortalecendo o desenvolvimento econômico sustentável.
A versatilidade da celulose vai além do papel. Essa fibra vegetal está presente em uma ampla gama de materiais e até em alimentos. Hambúrgueres, sorvetes, queijo ralado e embutidos contêm celulose em sua composição. Derivados de celulose também são usados na fabricação de hidrogéis, formulações odontológicas, revestimentos de comprimidos e cápsulas de medicamentos, além de curativos inteligentes e peles artificiais na medicina.
Júlio Rocha, presidente da Federação da Agricultura do Estado (Faes), destaca que a celulose capixaba é amplamente utilizada na produção de papel, mas também em outros setores. “Muito usada também na construção civil”, explicou Rocha. Nesse setor, a celulose é utilizada na confecção de painéis para divisórias de ambientes, conhecidos como drywall.
Novidades do setor
O crescimento e a importância da celulose no Espírito Santo são impulsionados pelos investimentos da Suzano, que a cada ano solidifica sua presença no estado. A novidade mais recente é a construção de um complexo industrial em Aracruz. Os investimentos incluem a primeira fábrica de papel tissue do estado, com entrega prevista para 2026, e um grande processo de manutenção e modernização das três linhas de produção de celulose, totalizando R$ 1,45 bilhão.
Mesmo com a ascensão do Complexo Cafeeiro, a celulose continua a ser um pilar crucial para a economia do Espírito Santo. Seu impacto nas exportações, na geração de receitas e na diversificação econômica demonstra a resiliência e a capacidade de inovação do setor, garantindo um futuro promissor para a indústria capixaba.
*Matéria publicada originalmente na revista ES Brasil 223, de setembro de 2024. Leia a edição completa sobre o Agronegócio Capixaba aqui