Prefeitura, em colaboração com especialistas e membros da comunidade, está elaborando planos que guiarão as medidas futuras
Por Kebim Tamanini
Nos últimos dias, os olhos do Brasil se voltaram para o Rio Grande do Sul, palco de tragédias desencadeadas por eventos climáticos extremos. As consequências das mudanças climáticas se manifestam em fortes chuvas, alagamentos, deslizamentos de terra e na poluição das águas. Esses eventos catastróficos, se não enfrentados com medidas preventivas adequadas, têm o potencial de devastar cidades e estados inteiros.
O município de Cariacica vem criando mecanismos para evitar situações semelhantes, com a construção dos Planos de Redução de Risco (PMRR) e de Águas Pluviais (PDAP), atualmente em discussão na cidade. A construção desses planos é embasada nas 33 áreas de risco e 120 setores de risco geológico identificados. A Prefeitura de Cariacica divulgou uma lista dos bairros mais vulneráveis, onde foram identificadas áreas de risco,que são:
- Alto Boa Vista
- Alto Lage
- Aparecida
- Bandeirantes
- Boa Sorte
- Bubu
- Castelo Branco
- Expedito
- Flexal I e II
- Itanguá
- Itaquari
- Jardim Botânico
- Jardim de Alah
- Morada de Santa Fé
- Nova Rosa da Penha
- Nova Valverde
- Oriente
- Padre Gabriel
- Porto de Cariacica
- Porto Santana
- Porto Novo
- Presidente Médice
- Rio Branco
- Santa Bárbara
- Santa Cecília
- Santa Luzia
- Santa Paula
- Tabajara
- Vila Palestina
- Vila Prudêncio
- Vista Linda
A elaboração dos planos mencionados está em estágio avançado, com equipes técnicas, especialistas, gestores públicos e membros da comunidade trabalhando juntos para entregá-los o quanto antes.
O gerente da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Jonathan Jantorno, destacou a importância desses planos. “São os três planos que nos norteiam e nos ajudam a atuar nas ações de proteção da defesa civil. O plano municipal de redução de risco mapeia as áreas de risco geológico; o plano diretor de águas pluviais mapeia as áreas de risco hidrológico, áreas de inundação e alagamento. Já o plano de contingência é um plano que prevê as ações da prefeitura em prol da defesa civil em situação de anormalidade.”
Além dos planos que estão em fase de elaboração, a Prefeitura de Cariacica, por meio de nota enviada em abril para o portal ES BRASIL, esclareceu que vem realizando procedimentos para evitar situações provocadas pelos efeitos climáticos, tais como: a instalação de geomantas em locais vulneráveis, a construção de muros de contenção e a disponibilização de pluviômetros em diversos bairros. Ademais, os contatos da Defesa Civil foram amplamente divulgados, e foi realizada a formação dos Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (Nupdecs) para orientar os moradores em situações de emergência. Também foi criado o Comitê de Prevenção de Desastres Naturais, que coordena ações integradas para garantir a segurança da população.
Importância de medidas preventivas
Especialistas ressaltam que a busca por soluções de adaptação aos efeitos climáticos precisa ser implementada o mais rápido possível. “Temos que tornar as populações muito mais resilientes. No caso do Brasil, o Cemaden [Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais] já vem realizando estudos, e milhões de brasileiros não podem mais continuar morando em áreas de risco, à beira do rio, em encostas muito íngremes. Além disso, precisamos aprimorar significativamente os sistemas de alerta”, afirmou o meteorologista Carlos Nobre, em entrevista exclusiva à Agência Brasil.
O Cemaden está concluindo um estudo que já identificou mais de 1.900 municípios dos 5.565 em todo o Brasil com áreas de risco de deslizamentos, inundações e enxurradas.
Além disso, entre os anos de 2013 e 2022, desastres naturais, como tempestades, inundações, enxurradas e alagamentos, atingiram 5.199 municípios brasileiros, representando 93% do total de 5.570 municípios. Mais de 4,2 milhões de pessoas tiveram que abandonar suas casas em decorrência desses desastres, conforme dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM).