Cerca de 136 militares israelenses participam da operação de resgate aos desaparecidos do acidente
As buscas por vítimas e sobrevivente do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, região metropolitana de belo Horizonte, Minas Gerais, seguem para o terceiro dia. Até o momento, foram registradas 60 mortes (19 identificados), 292 desaparecidos e há 16 vítimas fatais atestadas pelo Instituto Médico Legal (IML).
A barragem de rejeitos se rompeu na sexta-feira (25) e ficava na mina de Córrego do Fundão. Por conta da grande quantidade de lama, parte das casas e do centro administrativo da empresa foi devastado. Entre as vítimas estão moradores locais e funcionários da empresa. Saiba mais sobre o rompimento da barragem.
Cerca de 136 militares de Israel estão reforçando os trabalhos de resgate. Eles se juntam a cerca de 270 brasileiros de vários órgãos que atuam na região da tragédia. A equipe israelense é especializada em resgates e gerenciamento de conflitos.
De acordo com o porta-voz dos bombeiros de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, não está definido quanto tempo os israelenses vão atuar na região e que uma reunião nesta manhã vai alinhar os trabalhos.
Buscas
O tenente Aihara informou que o refeitório em que estavam os funcionários da Vale foi arrastado pela lama e pode ter ido parar quilômetros a frente. A pousada de Brumadinho também foi varrida do local, onde só há presença de lama. Estima-se que havia 35 pessoas no local.
Em entrevista nesta segunda-feira (28), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmou que o apoio dos militares de Israel vai aumentar muito a chance de encontrar novos sobreviventes. “A presença dos militares israelenses dará mais agilidade para encontrar vítimas. A preocupação é achar os sobreviventes e vítimas e que “donativos não tem feito diferença para melhor”, disse.
Já o representante da Defesa Civil de Minas Gerais, tenente coronel Flávio Godinho, afirmou que há corpos dentro de um segundo ônibus soterrado perto do centro administrativo da Vale em Brumadinho. A quantidade de vítimas dentro do veículo, no entanto, não foi confirmada.
Sobre a operação da mina
De acordo com nota emitida pela Vale, foram atingidas as instalações de usina, o terminal de carregamento, as oficinas de manutenção e os prédios administrativos da mina do Córrego de Feijão, além de bloqueios no acesso rodoviário da mina até o vilarejo Córrego do Feijão e o acesso da portaria até o trevo de Alberto Flores.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) lavrou, na noite de sexta-feira (25), o primeiro auto de fiscalização determinando a suspensão imediata de todas as atividades da mineradora no local, ressalvadas as ações emergenciais. Além disso, a Semad determinou abertura imediata de um canal onde houve acúmulo de sedimentos que interrompem o fluxo natural do curso d’agua.
A mina do Córrego de Feijão pertence ao Complexo de Paraopebas do Sistema Sul e produziu 7,8 Mt em 2017 e 8,5 Mt em 2018, de um total do Complexo de Paraopebas de 26,3 Mt e 27,3 Mt, respectivamente.
As demais minas e plantas de processamento do Complexo de Paraopebas não foram atingidas pela onda de rejeitos.
Números da tragédia
- 60 mortos confirmados – 19 identificados;
- 292 desaparecidos;
- 382 localizados;
- 192 resgatados.
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