Famosos também já protocolaram um pedido de impeachment contra Bolsonaro. O manifesto foi assinado por artistas da TV, música, literatura e das mídias sociais
Por Josué de Oliveira
A Câmara dos Deputados já recebeu 121 pedidos de impeachment contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido). No entanto, todos estão parados esperando por uma posição do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que é quem pode tomar a decisão de colocá-los para apreciação.
O que precisa, no entanto para os pedidos saírem da gaveta, segundo o cientista político Fernando Pignaton, é uma grande mobilização popular.
O que, segundo ele, já vem acontecendo mas ainda de forma muito tímida. No último fim de semana, por exemplo, foram realizadas diversas manifestações contra o Governo Bolsonaro, inclusive em Vitória.
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Famosos também já protocolaram um pedido de impeachment contra Bolsonaro. O manifesto foi assinado por personalidades da televisão, música, literatura e das mídias sociais.
Entre eles a apresentadora Xuxa Meneghel, o influenciador digital Felipe Neto, o humorista Fábio Porchat e o comentarista esportivo e ex-jogador Walter Casagrande Junior.
“Esses pedidos só vão tramitar quando houver um grande processo de mobilização. O Congresso é muito sensível à opinião pública. Essa mobilização já foi iniciada, mas ainda é muito pequena perto do que foi na época do impeachment da Dilma”, pontuou Pignaton.
Outro fator que pode fazer com que a Câmara comece a analisar os pedidos de impeachment é se o presidente tiver o índice de aprovação ainda mais reduzido, beirando a casa dos 10%.
“Se houver um agravamento grande da pandemia e o ritmo de vacinação continuar lento pode desgastar ainda mais a imagem de Bolsonaro, que já está afetada”.
Em meio aos vários pedidos de impeachment, Bolsonaro segue uma aparente tranquilidade, viajando pelo país e fazendo aglomerações por onde passa. No Estado, a expectativa é de que ele cumpra agenda no dia 11 de junho.
Essa suposta tranquilidade acontece, de acordo com Pignaton, pelo fato do acordo feito com os deputados do Centrão na base do toma lá, dá cá e que impede que os pedidos sejam analisados pela Legislativo.
“Isso descaracterizou o Governo porque foi o que os bolsonaristas sempre criticaram, com negociação de cargos e acordos fisiológicos”, destacou.