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quarta-feira, 22 DE janeiro DE 2025

Atlas Mundial traz histórias das camisas de todas as seleções de futebol

O trabalho, iniciado em 2017, após terem levantado as 1.200 versões que formam o futebol da Argentina, chega em livro ao mercado brasileiro com o nome de Atlas Mundial de Camisas

Há quase 150 anos, Escócia e Inglaterra fizeram a primeira partida oficial entre dois países. Era 30 de novembro de 1872, dia de Santo André, padroeiro dos escoceses. Mesmo que a crônica local tenha publicado elogios à partida, ela terminou em um morno 0 a 0 em um dia cinzento em Glasgow. O que não mudou, um século e meio depois, foi a força que as camisas de seleções exercem sobre o imaginário, as superstições e elas continuam fazendo seu papel de um símbolo que representa as nações, especialmente em ano de Copa do Mundo.

Essa e outras histórias inspiraram cinco jornalistas argentinos a mergulhar em uma pesquisa conjunta para fazer o maior levantamento já feito sobre camisas de seleções. O trabalho, iniciado em 2017, após terem levantado as 1.200 versões que formam o futebol da Argentina, chega em livro ao mercado brasileiro com o nome de Atlas Mundial de Camisas. Dois dos autores, Ernesto Molinero e Pablo Aro, conversaram com exclusividade com o Estadão para contar mais detalhes da obra.

Cune, como Ernesto gosta de ser chamado, coleciona camisas de futebol, conta que o livro reúne 1.400 modelos já utilizados por seleções que disputaram ao menos uma edição de Copa do Mundo, entre 1930 e 2018, além dos times campeões da Copa do Mundo de Futebol Feminino, camisas especiais e usadas em uma única partida, além de ao menos um exemplar de cada país afiliado à Fifa.

“Durante a pesquisa, descobrimos que no Sudoeste da África, durante o período do Apartheid (1948-1994), havia uma seleção branca e uma seleção preta para representar a região e recebemos essa confirmação de dois times nacionais a partir da filha de Hasso Ahrens, que jogava pelos brancos. Essa divisão só começou a ruir quando os próprios jogadores da Rodésia formaram um time multiétnico, nos anos 1960, seguidos da África do Sul e outras partes do Sudoeste africano, na década de 1970”, revela Ernesto.

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Ainda segundo ele, muitos modelos de camisas só foram descobertos por meio de contatos com as federações locais de futebol e contatando pessoas nos países, pois em muitos casos, já não há exemplares delas para contar a história ou fotos de quando foram utilizadas.

Cores que passam mensagens

As cores utilizadas pelas seleções de futebol vão muito além da estética. Segundo o professor Luciano Guimarães, elas servem como informação e representam símbolos históricos e ligados à criação de cada país.

Ernesto e Pablo contam que cada continente da bola segue um tipo de orientação ou escolha. Na América do Sul, a maioria das seleções exibe as cores das bandeiras nacionais em seus uniformes, com exceção da Venezuela, o último país a começar a disputar torneios sul-americanos e, por consequência, as Eliminatórias da Fifa, em 1967. Em vez de amarelo, azul e vermelho da bandeira, a federação local optou por uma camisa vinho tinto, cor que representa a Guarda Nacional do país.

Na Europa, é comum ver seleções que usam as cores das casas reais em seus uniformes, como acontece na Holanda, o azul da Casa dos Savoia, da Itália, ou da cor predominante das bandeiras, como o vermelho da Rússia, ou de símbolos reais, como a Casa das Rosas, na Inglaterra, ou o brasão da reconquista da Península Ibérica no uniforme de Portugal.

Já em boa parte das seleções africanas e asiáticas nos quais a maioria da população do país é muçulmana, é comum produzir uniformes em tons de verde, que é a cor oficial do Islamismo, como no caso da Arábia Saudita.

Com informações Agência Estado

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