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sábado, 4 maio, 2024

Atlas Mundial traz histórias das camisas de todas as seleções de futebol

O trabalho, iniciado em 2017, após terem levantado as 1.200 versões que formam o futebol da Argentina, chega em livro ao mercado brasileiro com o nome de Atlas Mundial de Camisas

Há quase 150 anos, Escócia e Inglaterra fizeram a primeira partida oficial entre dois países. Era 30 de novembro de 1872, dia de Santo André, padroeiro dos escoceses. Mesmo que a crônica local tenha publicado elogios à partida, ela terminou em um morno 0 a 0 em um dia cinzento em Glasgow. O que não mudou, um século e meio depois, foi a força que as camisas de seleções exercem sobre o imaginário, as superstições e elas continuam fazendo seu papel de um símbolo que representa as nações, especialmente em ano de Copa do Mundo.

Essa e outras histórias inspiraram cinco jornalistas argentinos a mergulhar em uma pesquisa conjunta para fazer o maior levantamento já feito sobre camisas de seleções. O trabalho, iniciado em 2017, após terem levantado as 1.200 versões que formam o futebol da Argentina, chega em livro ao mercado brasileiro com o nome de Atlas Mundial de Camisas. Dois dos autores, Ernesto Molinero e Pablo Aro, conversaram com exclusividade com o Estadão para contar mais detalhes da obra.

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Cune, como Ernesto gosta de ser chamado, coleciona camisas de futebol, conta que o livro reúne 1.400 modelos já utilizados por seleções que disputaram ao menos uma edição de Copa do Mundo, entre 1930 e 2018, além dos times campeões da Copa do Mundo de Futebol Feminino, camisas especiais e usadas em uma única partida, além de ao menos um exemplar de cada país afiliado à Fifa.

“Durante a pesquisa, descobrimos que no Sudoeste da África, durante o período do Apartheid (1948-1994), havia uma seleção branca e uma seleção preta para representar a região e recebemos essa confirmação de dois times nacionais a partir da filha de Hasso Ahrens, que jogava pelos brancos. Essa divisão só começou a ruir quando os próprios jogadores da Rodésia formaram um time multiétnico, nos anos 1960, seguidos da África do Sul e outras partes do Sudoeste africano, na década de 1970”, revela Ernesto.

Ainda segundo ele, muitos modelos de camisas só foram descobertos por meio de contatos com as federações locais de futebol e contatando pessoas nos países, pois em muitos casos, já não há exemplares delas para contar a história ou fotos de quando foram utilizadas.

Cores que passam mensagens

As cores utilizadas pelas seleções de futebol vão muito além da estética. Segundo o professor Luciano Guimarães, elas servem como informação e representam símbolos históricos e ligados à criação de cada país.

Ernesto e Pablo contam que cada continente da bola segue um tipo de orientação ou escolha. Na América do Sul, a maioria das seleções exibe as cores das bandeiras nacionais em seus uniformes, com exceção da Venezuela, o último país a começar a disputar torneios sul-americanos e, por consequência, as Eliminatórias da Fifa, em 1967. Em vez de amarelo, azul e vermelho da bandeira, a federação local optou por uma camisa vinho tinto, cor que representa a Guarda Nacional do país.

Na Europa, é comum ver seleções que usam as cores das casas reais em seus uniformes, como acontece na Holanda, o azul da Casa dos Savoia, da Itália, ou da cor predominante das bandeiras, como o vermelho da Rússia, ou de símbolos reais, como a Casa das Rosas, na Inglaterra, ou o brasão da reconquista da Península Ibérica no uniforme de Portugal.

Já em boa parte das seleções africanas e asiáticas nos quais a maioria da população do país é muçulmana, é comum produzir uniformes em tons de verde, que é a cor oficial do Islamismo, como no caso da Arábia Saudita.

Com informações Agência Estado

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