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sábado, 7 DE dezembro DE 2024

Atividades econômicas crescem 1% no ES

Em 2022, o desempenho das atividades econômicas no ES foi puxado pelos setores de agropecuária e serviços

Por Amanda Amaral

A economia capixaba encerrou o ano de 2022 com crescimento de 1% se comparado ao ano anterior, segundo o Indicador de Atividade Econômica (IAE). O desempenho no período foi puxado pelos setores da agropecuária (7,1%) e de serviços (5,0%) – incluindo comércio e transportes. A indústria geral (-9,7%) foi o único setor a apresentar queda nessa base de comparação.

As informações foram divulgadas na manhã desta quinta-feira (16), na sede da Federação das Indústria do Espírito Santo (Findes), responsável pela elaboração do indicador por meio do Observatório da Indústria.

Pela segunda vez consecutiva, a economia capixaba encerra o ano com resultado positivo. A Findes destacou que o número é fruto da melhoria de alguns indicadores a nível estadual e nacional e que, se por um lado a inflação e o desemprego caíram e o consumo das famílias aumentou, por outro, a instabilidade do mercado externo freou o crescimento da economia capixaba.

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Atividades econômicas

Serviços cresceu +5,0% em 2022. As três atividades de serviços pesquisadas para o Estado cresceram ao longo do ano passado. São elas: comércio (1,4%), transporte (2,6%) e demais atividades de serviços (6,5%).

Já na agropecuária, o crescimento de 7,1% foi impulsionado tanto pela agricultura (8,4%), com o aumento da produção das lavouras de café, arroz, milho e laranja, quanto pela pecuária (3,6%), com bons resultados na bovinocultura (leite e abate) e avicultura (ovos e abate).

A indústria capixaba teve queda de 9,7% em 2022, na comparação com 2021. A economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva, explica que o ano trouxe algumas adversidades para o setor.

“Esperava-se um processo de normalização das cadeias globais de suprimento, após dois anos de pandemia, além de expectativas quanto às mitigações da crise hidroenergética que aconteceu em 2021. Porém, o conflito na Ucrânia alterou as expectativas para o ano”, comenta a economista.

Indústria extrativista e de transformação

A indústria extrativista apresentou queda de 15,4% no acumulado de 2022, e a de transformação (-5,55). Já a da construção (5,2%) e o segmento de energia e saneamento (1,3%) do Estado tiveram desempenho positivo no ano passado.

“Quando olhamos para a indústria extrativa vemos uma queda de 25,4%, que é explicada pela redução nas produções das duas atividades que compõem o setor no Estado: petróleo e gás natural (-35,2%) e pelotização do minério de ferro e outras atividades (-12,4%)”, explica Marília.

Enquanto isso, na indústria de transformação (-5,5%), apenas a fabricação de celulose, papel e produtos de papel foi positiva no ano, com alta de 6,5%. As demais atividades apresentaram variações negativas: fabricação de produtos de minerais não-metálicos (-11%), fabricação de coque, de derivados do petróleo e de biocombustíveis (-8,1%), metalurgia (-5,5%) e fabricação de produtos alimentícios (-4,9%).

Perspectiva de investimentos

A presidente da Federação, Cris Samorini, afirma que o fortalecimento da indústria de transformação é um ponto-chave nesse cenário e aponta que setor industrial do Espírito Santo vive um processo gradual de transformação.

De acordo com Cris Samorini, nos últimos anos, estamos vendo uma desaceleração da indústria extrativa, devido à redução da produção de petróleo e gás no Estado e da extração de minério, devido, respectivamente, à maturação dos campos de petróleo e aos impactos causados pelo rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho.

atividades econômicas
Cris Samorini, presidente da Findes, comenta sobre investimentos da indústria extrativa. Foto: Divulgação/Findes

“Por outro lado, de 2010 a 2020, a participação da indústria capixaba de transformação avançou 4,5 pontos percentuais no valor adicionado do setor, ao tempo em que a indústria extrativa reduzia. Além disso, quando olhamos para o futuro, teremos investimentos nesses setores como os do Parque das Baleias pela Petrobras e o início da produção de briquete verde pela Vale”, aponta Cris. De 2006 a 2021, os empregos formais de setores com maior valor agregado aumentaram 18% na indústria capixaba. No campo da arrecadação, em termos reais, a indústria avançou de R$ 1,53 bilhão para R$ 2,76 bilhões em um intervalo de quatro anos (2017-2021), representando 17% de todo o ICMS do Espírito Santo de 2021. “Além disso, até 2028, o ES receberá mais de R$ 36,4 bilhões em 289 projetos, sendo que oito em cada dez estão na indústria”, declara a presidente. Os dados fazem parte da Bússola do Investimento da Findes.

Média nacional

No acumulado do ano, o PIB do Brasil aumentou 2,9%, impulsionado pelo setor de serviços (4,2%) e pela indústria (1,6%), dado que a agropecuária recuou 1,7%. O resultado positivo na indústria nacional foi decorrente dos avanços expressivos em duas das quatro atividades que compõem o setor: a indústria da construção (6,9%) e o setor de energia e saneamento (10,1%). Já a indústria extrativa recuou 1,7% e a indústria de transformação variou -0,3%, denotando quedas menos intensas que as observadas a nível estadual.

 

 

 

 

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