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sábado, 27 abril, 2024

Aquecimento Global: uma verdade inconveniente¹!

O que saber e fazer diante das mudanças climáticas…

Por Luiz Fernando Schettino e José Geraldo Ferreira da Silva

O aquecimento global é um fenômeno que tem sido objeto de preocupação em todo o mundo. Ele corresponde ao aumento da temperatura média terrestre, causado pelo acúmulo de gases poluentes na atmosfera. O fenômeno natural do efeito estufa está intimamente ligado às mudanças climáticas que ocorrem no planeta Terra. O efeito estufa, apesar de relacionado com o aquecimento global, é um processo que garante que a Terra mantenha a temperatura adequada para a vida. Sem ele, o planeta seria muito frio, a ponto de muitas formas de vida não existirem. O problema está no aumento da emissão de gases poluentes, os chamados gases de efeito estufa. Eles se acumulam na atmosfera e com isso, há uma maior retenção de calor da Terra. Em consequência, ocorre o aumento
da temperatura, o que causa o aquecimento global.

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É importante destacar que o aumento da emissão de gases de efeito estufa tem sido evidência do pelos cientistas como resultado das atividades humanas. Esse processo que se iniciou no século XVIII, com a Revolução Industrial e perdura até os dias de hoje. E, o livro e documentário “Uma Verdade Inconveniente” do Ex-Vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore é um dos mais conhecidos documento a mostrar uma série de evidências científicas que mostram a relação entre a atividade humana e o aquecimento global.

O aquecimento global é um problema que afeta todo o planeta, e suas consequências podem ser devastadoras se a temperatura média da terra ultrapassar 1,5º C e, ou não for estabilizada em até 2,0º C, relativo a era pré-industrial, como preconiza a comunidade científica mundial; isto que o aumento da temperatura média global levara cada vez mais a eventos climáticos extremos, como secas, inundações e tempestades cada vez mais intensas, além, de aumentar a frequência com que elas acontecem. Além disso, o aquecimento global pode ter um impacto significativo na biodiversidade, levando à extinção de muitas espécies animais e vegetais; e logicamente afetando a economia e a qualidade de vida de milhões e milhões de pessoas.

Portanto, este aquecimento está gerando uma Crise Global passou a requerer ações efetivas e imediatas para mitigar suas causas e reduzir seus efeitos adversos. Entre as quais seguem algumas maneiras de combater o aquecimento global, tais como:

A. Reduzir o uso de combustíveis fósseis: Os combustíveis fósseis são uma das principais fontes de emissão de gases de efeito estufa. Reduzir o uso destes combustíveis pode ajudar a reduzir as emissões destes gases e, portanto, ajudar a combater o aquecimento global. Você pode fazer isso usando transporte público, caminhando, andando de bicicleta ou dirigindo um carro elétrico.

B. Usar fontes de energia renováveis: As fontes de energia renováveis, como a energia solar e eólica, são uma alternativa limpa aos combustíveis fósseis. Usar fontes de energia renováveis pode ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, portanto, ajudar a combater o aquecimento global.

C. Adotar práticas sustentáveis: Adotar práticas sustentáveis em casa e no trabalho pode ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Isso pode incluir coisas como reduzir o desperdício, reciclar e reutilizar, reduzir o consumo de água e eletricidade e muito mais.

D. Apoiar políticas e acordos internacionais: Os governos de todo o mundo precisam trabalhar juntos para desenvolver políticas e acordos internacionais que ajudem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a combater o aquecimento global. Deve-se apoiar as políticas e acordos votando em líderes que se preocupam com o meio ambiente e pressionando seus representantes eleitos a tomar medidas para combater o aquecimento global.

Dentre os esforços internacionais destacam as Conferência das Partes (COP’s – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), reunião anual capitaneada pela ONU, onde governos do mundo todo e sociedade discutem como estabelecer formas de frear o aquecimento global e preparar-se para as adversidades climáticas, que já são claramente perceptíveis. Sendo a mais importante das COP’s, o “Acordo de Paris”, um tratado internacional adotado em 2015 durante a 21ª Conferência das Partes (COP21). Cujo objetivo foi limitar o aumento da temperatura global abaixo de 2 graus Celsius dos níveis préindustriais, e esforçar-se para limitar o aumento a 1,5 graus Celsius. Portanto, o Acordo de Paris, foi um compromisso internacional aprovado por 195 países, com o objetivo de minimizar as consequências do aquecimento global, no qual se comprometeram em reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adotar medidas práticas e metas para mitigar os efeitos do aquecimento global.

No momento está ocorrendo a COP 28 – 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), com iniciou-se em 30 de novembro e termina em 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A expectativa é de que mais ações concretas ocorram, em comparação com a COP 27, que aconteceu de 6 a 18 de novembro de 2022, em Sharm El Sheikh, no Egito. Nesta reunião se consolidou a criação do Fundo de Perdas e Danos, para ajudar os países pobres no combate ao aquecimento global, mas a maioria das negociações ficaram só no papel.

Espera com a COP 28 que espera-se retornar aos compromissos assumidos no “Acordo de Paris”, visando limitar a elevação da temperatura do planeta a 1,5°C, até 2050; acelerar a transição energética para uma economia de baixo carbono, com desestímulo ao uso de combustíveis fósseis – o que não parece estar ocorrendo; mas a COP 28, trouxe uma boa notícia ao anunciar recursos na ordem de 400 milhões de dólares para o Fundo de Perdas e Danos para ajudar os países mais vulneráveis diante das mudanças climáticas e a transição energética, entre outros aspectos. O que, mesmo não sendo o ideal, mas já é um avanço concreto dessa Conferência. E muitas outras ações deverão ocorrer em todo o mundo, a partir de outras decisões e acordos em paralelo ao evento, visto que está claro a urgência e a necessidade de enfrentar de fato a crise climática global.

Dessa forma, para combater o aquecimento global, é importante que todos façam sua parte. Devendo ser incluído nesse sentido: a redução do uso de combustíveis fósseis; o uso de fontes de energia renováveis, como a energia solar e eólica; o apoio aos setores vulneráveis da comunidade mundial; a proteção da biodiversidade e dos povos originários; investimentos em ciência, tecnologia e inovação para a proteção ambiental, uso racional do meio natural e produção sustentável de alimentos; intensificação da educação ambiental e da fiscalização dos delitos ambientais; e, o incentivo à adoção de práticas sustentáveis em casa, no trabalho e nos meios de produção, em todo o mundo.

Além disso, é importante que os governos de todo o mundo trabalhem juntos para o enfrentamento da crise climática com transparência e oportunidade para todos que possam colaborar, invistam o máximo possível em conhecimento e ciência que gerem inovações para tornar mais eficiente e sustentável o uso dos recursos naturais, especialmente água, solos, florestas e recursos pesqueiros; e, de fato busquem honrar os acordos internacionais e criem polícas públicas que ajudem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a combater o aquecimento global e cuidem das pessoas e de sua qualidade de vida.

Para refletir deixamos uma pergunta: “Diante dos cenários que vivemos e estamos vendo para o futura, a vida continuará em nosso planeta?” “Nossos filhos e netos terão qualidade de vida?” Entendemos que sim, mas continuará bem ou mal, dependendo de nossa atitude!

Luiz Fernando Schettino é engenheiro Florestal, Mestre e Doutor em Ciência Florestal, Advogado, Escritor e ex-Secretário Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

José Geraldo Ferreira da Silva é mestre e Doutor em Engenharia Agrícola, professor do Mestrado no Centro Universitário Vale do Cricaré e pesquisador voluntário no Incaper.

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