Presidente-eleito da Argentina, Javier Milei afirmou que não negociaria com comunistas; Carta enviada ao Palácio da Alvorada tem convite para posse
Por Robson Maia
O presidente recém-eleito da Argentina, Javier Milei, enviou uma carta ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que destaca as relações harmônicas entre os países e convida o chefe do Executivo brasileiro para a sua posse, em 10 de dezembro, em Buenos Aires (ARG). Durante a corrida eleitoral, Milei protagonizou ataques a Lula e disse que não negociaria com comunistas caso eleito.
O documento foi entregue ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante a visita da futura chanceler argentina Diana Mondino, neste domingo (26/11). Na carta, divulgada na íntegra pelo jornal argentino Clarín, Milei adota um tom amistoso, bem diferente da postura da campanha.
Milei, em diversos momentos, foi comparado ao ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), a quem também estendeu o convite para a posse. A vitória do candidato da coalizão La Libertad Avanza representou, inclusive, um triunfo da direita na América Latina. Parlamentares do Espírito Santo, como o senador Magno Malta (PL-ES) e o deputado federal Evair De Melo (PP-ES) classificaram o resultado como “um respiro da direita nas Américas”.
Para a posse na Casa Rosada, marcada para o dia 10 de dezembro, estão confirmadas as presenças do governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos); governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP); deputado Gustavo Gayer (PL-GO); senador Ciro Nogueira (PL-PI); senador Jorge Seif (PL-SC), e;presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Ao longo da semana, veículos especularam a possível presença de Malta na cerimônia, informação não confirmada pelo parlamentar e sua assessoria até o momento.
A carta de Milei à Lula destaca a proximidade dos países em termos geográficos e históricos e defende que haja cooperação para o desenvolvimento das nações.
“Ambas as nações têm muitos desafios pela frente e estou convencido de que uma mudança econômica, social e cultural, baseada nos princípios da liberdade, irá posicionar-nos como países competitivos nos quais os seus cidadãos podem desenvolver as suas capacidades ao máximo e assim, escolher o futuro que desejam”, afirmou o presidente eleito.
“Desejamos continuar a compartilhar áreas de complementaridade, a nível da integração física, do comércio e da presença internacional, que permitam que toda esta ação conjunta se traduza, de ambos os lados, em crescimento e prosperidade para os argentinos e brasileiros”, acrescentou.
