Os números da área em 2018 só registraram altas em relação a 2017
A união de forças para simplificar a regulamentação e a criação de empresas marcou os últimos 12 meses no setor de alimentos, bebidas e álcool, que tem se modernizado e evoluído a cada ano. No Espírito Santo, esse desenvolvimento gerou mais de mil postos formais de trabalho.
E os números da área em 2018 só registraram altas em relação a 2017. Sérgio Rodrigues da Costa, presidente da Câmara Setorial de Alimentos e Bebidas da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), explica que a expansão é resultado dos avanços conquistados em parceria com o governo do Estado e da desburocratização das regras.
“Em 2018 tivemos a redução nos impostos sobre bebidas artesanais, como cerveja, vinho e cachaça. Conseguimos assim aumentar a produção e a importação dos produtos capixabas, consequentemente elevando investimento, emprego e lucro”, afirma.
O ramo de produtos alimentícios integra a área industrial que mais emprega no Estado – neste ano foram 1.051 trabalhadores contratados a mais que os 21.793 existentes em 2017. É a sexta atividade que mais exporta no Espírito Santo, num total de R$ 110 milhões, até outubro de 2018, segundo a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).
No campo de massas e biscoitos, a variação acumulada de janeiro a outubro foi 3,9% maior em relação ao mesmo período de 2017; enquanto o resultado nacional foi de -1,8%. Em todo o país, são 8.062 empreendimentos, 2% deles no Estado, o que soma 121 unidades concentrando 1.668 profissionais.
“O setor está otimista com a retomada do crescimento da produção industrial, mas na expectativa das diretrizes do novo governo. Dependemos das políticas econômicas e sociais, uma vez que podem impactar diretamente o mercado de consumo e o ambiente de negócios”, enfatiza o vice-presidente do Sindimassas, o industrial Alejandro Duenas.
Alguns negócios adotaram novas maneiras para atrair e fidelizar o público, desenvolvendo produtos e aumentando a produção. A diretora-geral da Buaiz Alimentos, Eduarda Buaiz, destaca que 2018 possibilitou realizações importantes como a conclusão do projeto de expansão, o reposicionamento da marca no mercado, o lançamento de produtos e a reformulação da identidade visual. “Somente neste ano, inauguramos uma nova fábrica de misturas para bolo e o novo Centro de Empacotamento e Logística da Buaiz Alimentos, um dos maiores investimentos do Estado nos últimos anos, na ordem dos R$ 60 milhões”, informou Eduarda.
A executiva também ressalta, entre as medidas no período, a ampliação da capacidade de moagem de trigo do Moinho Vitória em até 35%. “E lançamos mais produtos no mercado, como a farinha de trigo Regina Gourmet e as versões premium da mistura para bolo Regina. Investimos em um novo logo e na reformulação de embalagens e algumas receitas. Para nós, foi um ano de inovação, investimentos, modernização, muito trabalho, dedicação e conquistas”, enumera.
De modo geral, no entanto, o Espírito Santo ainda tem muito a se desenvolver, pondera o presidente da Câmara Setorial. Há empreendimentos que ainda não aderiram totalmente a outras maneiras de gerar lucro. “Muitas empresas estão começando ainda a explorar as importações, as vendas por todo o país. Pouquíssimas se arriscam em exportar seus produtos, não têm a confiança necessária para tal”, aponta Sérgio Rodrigues da Costa.