Analista político explica reeleição do prefeito Lorenzo Pazolini na capital ainda no 1° turno e com boa margem
Por Robson Maia
Na noite do último domingo (6), após o fim da contabilização dos votos na capital capixaba, o resultado mostrou a tendência observada ao longo das pesquisas pré-eleitoral: Lorenzo Pazolini, do Republicanos, será o prefeito de Vitória por mais quatro anos. A vitória “acachapante”, em 1º turno, e com uma votação que supera a obtida no 2° turno de 2020, quando derrotou João Coser (por coincidência ou não, o mesmo adversário de 2024), carrega uma mensagem.
Em 2020, na disputa do 1° turno, Pazolini também terminou em primeiro, contudo, sem conseguir arrematar a disputa logo de cara. Na ocasião, ainda conhecido como Delegado Pazolini, o gestor obteve 53.014 votos, correspondendo a 30,95% dos votos totais. É bem verdade também que o cenário eleitoral era outro: foram impressionantes 14 candidaturas envolvidas na disputa, o que, naturalmente, divide o eleitorado.
Ainda recuperando o pleito que ocorreu durante a pandemia do coronavírus, o segundo colocado foi João Coser, do Partido dos Trabalhadores, que alcançou 37.373 votos, o correspondente 21,82%. Na disputa direta no 2º turno, Pazolini derrotou Coser: enquanto o prefeito alcançou 102.466 votos (58,50%), o petista foi escolhido por 72.684 (41,50%).
Os números de 2024 já causam uma impressão logo de imediato: Pazolini superou no 1º turno, em um pleito com 5 adversários (dentre eles, ex-prefeitos e deputados estaduais), o seu próprio desempenho no 2° turno de 2020, quando encarou apenas um adversário. Foram 105.599 votos, correspondendo a 56,22% dos votos no total. O segundo colocado, João Coser ficou em segundo lugar com 15,62%, com 29.339 votos.
As explicações para o crescimento do gestor variam desde ocupar a máquina pública (algo que, naturalmente, condiciona mais forças para a disputa), até mesmo por ações diretas com setores fortes (empresários/investidores, por exemplo). Entretanto, o principal está, na visão do analista político André Cesar, na ausência de renovação de lideranças da oposição.
Para o especialista, o fato de Pazolini ter tido como “principais adversários” dois ex-prefeitos – João Coser e Luiz Paulo Vellozo (PSDB) – que para muitos representam a velha política, criou o cenário ideal para a reeleição do candidato do Republicanos.
“As votações de João Coser e do Luiz Paulo Vellozo Lucas, na verdade, confirmam a necessidade de renovação de lideranças. São antigos líderes partidários, mas que já não respondem, não correspondem aos anseios da população, da sociedade e do eleitorado da capital. Então, realmente, é preciso fazer uma troca de ‘guarda’. Não diria que foi decepcionante a votação dos dois, classificaria, na verdade, como confirmação de que eles não são mais competitivos.”
Apesar da oscilação em algumas pesquisas, Pazolini sempre esteve em primeiro lugar. Em poucos estudos cogitou-se um segundo turno. Para André Cesar, esse foi outro fator que condicionou a boa vitória do ex-delegado. Segundo ele, saber “administrar a vantagem” é uma virtude a ser destacada.
“O Pazolini conseguiu confirmar o desenho que já vinha sendo feito. Inclusive nós trouxemos juntos esse cenário no início da última semana. As pesquisas mostravam essa possibilidade, então a boa percepção dele e da sua equipe, junto com a consistência da candidatura, resultou nessa vitória que eu diria como expressiva. E o recado que fica é: ele é uma liderança de fato. Uma liderança local, regional, forte, e isso se consolida com a vitória dele”, finalizou Andre Cesar.