O Ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceu por menos de 1% dos votos
Por Patrícia Battestin
O resultado do segundo turno das eleições 2022 mostrou a polarização do Brasil. No Espírito Santo, estado onde o presidente Jair Bolsonaro teve 58,04% da preferência dos eleitores, contra 41,96% para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Casagrande derrotou o candidato bolsonarista Carlos Manato (PL).
Mas a disputa foi acirrada. Renato Casagrande conseguiu o voto de 53,8% dos capixabas aptos a votar. Enquanto o adversário foi escolhido por 46,2% dos eleitores.
- Com 53,8% dos votos Casagrande é reeleito no Espírito Santo
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“Foi uma campanha muito disputada no ambiente político nacional e estadual. Eu quero reafirmar para vocês, nós vamos fazer um trabalho que representa o que estamos fazendo hoje” disse o governador eleito.
No cenário nacional a disputa foi ainda mais apertada. Luis Inácio Lula da Silva teve 50,9% dos votos, contra 49,1% de Bolsonaro. Uma diferença histórica de menos de 1%. Para o cientista político Darlan Campos, fato que mostra que as oposições estão fortalecidas. “Tanto na assembleia quanto no congresso a bancada de oposição se mostra capaz de trazer desafios para os governantes”, avaliou Darlan.
Ainda de acordo com Darlan Campos essa realidade, principalmente nacional, exalta dúvidas de como será o próximo mandato. “O governo federal vem muito maior do que os outros momentos em que o PT governou. Vem com uma frente ampla. Lula vem com o apoio de 10 partidos. Desde a construção da chapa, Lula tinha a perspectiva de que só o PT era pouco para vencer”, pontuou.
Para o especialista, os candidatos que disputaram o segundo turno, não se comportaram como oponentes, mas sim como inimigos. E isso faz surgir outros mistérios para os próximos meses.
Um deles é: será que Bolsonaro passará a faixa para Lula em 1º de janeiro de 2023? Fora isso fica a incógnita de como será o período de transição. “É uma fase importante, onde a próxima equipe a assumir entende como está a política pública, os pontos que estão as pastas e traçam um planejamento. Como será a transição se eles não se entenderem?”, questionou.
Outro ponto ressaltado por Darlan Campos é a própria postura do atual presidente Jair Bolsonaro com o resultado das urnas. “Até 23h deste domingo (30), o presidente ainda não havia se manifestado. Normalmente o candidato que perde telefona para o candidato vencedor e até então isso não aconteceu. Presidentes de alguns países já se manifestaram parabenizando pela vitória, o presidente da câmara federal já reconheceu a vitória de Lula, do senado também. Mas Jair Bolsonaro ainda não”, concluiu o cientista político.
