Aproximadamente 4 milhões de brasileiros estão fora do mercado de trabalho nesse trimestre
Nesta quinta-feira (28), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a taxa de desemprego no Brasil no primeiro trimestre do ano, registrando o encolhimento recorde de 5,2% de postos de trabalho formal, ou seja, com carteira assinada. O dado, certamente, é um dos que mais revelam ao mercado o impacto da pandemia do novo coronavírus nos primeiros três meses de 2020. São aproximadamente 4 milhões de brasileiros fora do mercado de trabalho nesse trimestre, chegando a uma margem de 12,6% no Brasil.
Outro recorde é o número de pessoas fora da força de trabalho, formado por pessoas que não estão procurando trabalho, mas gostariam de ter um ou estão a busca de emprego e ainda não obtiveram sucesso. O aumento de 7,9% equivale a mais 5 milhões de pessoas na fila de espera por um trabalho. Esse grupo já soma 70 milhões de pessoas no primeiro trimestre e indica que a recuperação da força de trabalho deve ser a longo prazo. Outro dado que corrobora com este entendimento de uma retomada mais lenta é a retração do PIB, projetado pelo Banco Central em -5,89% neste ano.
Os Estados Unidos também divulgaram o número de pedidos iniciais por auxílio-desemprego hoje, registrando 2.123 milhões ante a projeção de 2.100 milhões. O número de desempregados por lá já supera os 40 milhões. No entanto, o número de novos pedidos segue diminuindo pela oitava semana seguida. Não dá para dizer que o pior já passou nos Estados Unidos, mas enxerga-se uma queda constante do desemprego no gigante norte-americano.
“A esta altura, não há dúvida que os números do desemprego aqui no Brasil irão piorar ainda mais no primeiro semestre. A esperança de uma retomada “surpresa” se agarra à flexibilização do isolamento social e à volta da demanda em todos os setores, algo que não irá acontecer da noite para o dia, ao menos enquanto não houver uma vacina aprovada.”, disse o analista da startup Capital Research, Ernani Reis.
Espírito Santo
A queda dos empregos também foram expressivos no Estado. De acordo com a Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES), no mês de abril houve queda de 17.881 postos de trabalho com carteira assinada, com recuo significativo das admissões;
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No acumulado do ano, janeiro a abril, foram fechados 18.660 empregos; O resultado representa um saldo negativo histórico registrado para um mês no Estado de toda a série, iniciada em 2004.
Segundo a Fecomércio-ES, os setores de Comércio e Serviços juntos registraram um saldo entre admissões e demissões negativo em 12.425 em abril; Dos 78 municípios, 69 tiveram saldos negativos. Vitória (-3.501) e Vila Velha (-2.878) tiveram maior influência no resultado.
O presidente da federação, José Lino Sepulcri, avalia o resultado como uma tragédia adicional ao cenário da pandemia. “O mercado de trabalho formal vinha reagindo até então, mas a crise imposta pelo novo coronavírus suprimiu em apenas um mês quase todo o esforço de um ano inteiro, já que em 2019 o Estado gerou 19.537 postos de trabalho”, finalizou.