Por ser a nação com mais biodiversidade do planeta, o Brasil tem um responsabilidade grande aos olhos do mundo
Neste dia 22 de maio, o mundo celebra o Dia Internacional da Biodiversidade. A data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de conservação e proteção a diversidade de vida no planeta. E o nosso país tem uma preocupação muito concreta quando abordado esse assunto.
O Brasil é um país de proporções continentais: nossos 8,5 milhões km² ocupam quase a metade da América do Sul e abarcam várias zonas climáticas – como o trópico úmido no Norte, o semi-árido no Nordeste e áreas temperadas no Sul.
Evidentemente, estas diferenças climáticas levam a grandes variações ecológicas, formando zonas biogeográficas distintas ou biomas: a Floresta Amazônica, maior floresta tropical úmida do mundo; o Pantanal, maior planície inundável; o Cerrado de savanas e bosques; a Caatinga de florestas semi-áridas; os campos dos Pampas; e a floresta tropical pluvial da Mata Atlântica. Além disso, o Brasil possui uma costa marinha de 3,5 milhões km², que inclui ecossistemas como recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos.
A variedade de biomas reflete a enorme riqueza da flora e da fauna brasileiras: o Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta. Esta abundante variedade de vida – que se traduz em mais de 20% do número total de espécies da Terra – eleva o Brasil ao posto de principal nação entre os 17 países megadiversos (ou de maior biodiversidade).
Ações de preservação
Por nossa diversidade, temos uma responsabilidade aos olhos do mundo que não passa mais em branco. Por isso, várias ações são instituídas pela sociedade civil organizada e por entes públicos. Um delas é a atuação mais combativa para diminuição da extinção de espécies.
Nesse quesito, o Espírito Santo tomou a dianteira e foi o segundo Estado a fazer a revisão da lista de espécies ameaçadas de extinção. O estudo busca, ainda, recomendações para conservação dos habitares. E o número é preocupante. Atualmente, 951 espécies estão ameaçados.
“Em número de espécies, a maioria da riqueza do Estado está na flora. Esse grupo, ao contrário da fauna, não consegue migrar quando estão em risco. Se existe um desmatamento, existe um corte rápido do espécime que estava ali. O mesmo ocorre quando há a mineração de uma pedra. As plantas sofrem “quietas” com isso”, revelou o professor da UVV e pesquisador do Instituto Nacional da Mata Atlântica, Cláudio Nicoletti de Fraga. Como membro do levantamento, Cláudio revela que o intuito é promover e colaborar com estratégias para mitigar esse cenário de risco.
“O número de espécies avaliadas, ou seja, aquelas que a gente checou se está ou não está ameaçada quintuplicou. Ficou, então, muito mais fácil dizer o que está ou não está ameaçada de uma forma mais acertada. E essa segurança também oferece base para tomada de decisões para a preservação”, analisou.
Com a revisão da lista busca-se encontrar recomendações para manejo e conservação dessas espécies e dos habitardes que elas ocupam.
*Da redação com informações do Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos