Mas de acordo com especialistas esse número pode ser de três a cinco vezes maior, por se tratar de uma doença muitas vezes subdiagnosticada
Por Patrícia Battestin
O Brasil é o segundo país com maior número de casos de hanseníase no mundo. Perdemos apenas para Índia. Isso quando falamos em números absolutos. Mas quando observamos o percentual da população diagnosticada com a doença, assumimos o topo do ranking.
De acordo com especialistas, a hanseníase é uma doença subdiagostica. Muitas vezes a paciente convive por anos com o problema sem fazer o tratamento adequado. “É uma doença negligenciada, que Organização Mundial da Saúde declarou como eliminada no ano 2000, e a partir desta declaração os números só fizeram cair nos últimos 20 anos. Mas nós sabemos que essa queda não é real. É uma queda que nós chamamos de queda operacional, o que significa isso? Nós não estamos tendo capacidade de diagnosticar novos casos de hanseníase”, disse o presidente da sociedade brasileira de hansenologia Cláudio Salgado.
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De acordo com o médico, os existem trabalhos que mostram que as pessoas precisam passar por vários profissionais e muitas vezes levam mais de dois anos para receber o diagnóstico correto. “Isso acontece por causa da nossa falta de expertise atual para diagnosticar a hanseníase. Nós precisamos de profissionais de saúde treinados e qualificados na rede de saúde do SUS, principalmente, para que a gente possa diagnosticar e tratar esses casos o mais precoce possível” alertou Cláudio Salgado.
Em entrevista exclusiva para ES Brasil, Cláudio Salgado falou sobre os sintomas da hanseníase, que tem como característica a perda de sensibilidade. Explicou as causas, grupos mais vulneráveis e destacou o 16º Congresso Brasileiro de
Hansenologia, que está acontecendo em Vitória.
Trata-se do maior evento, no país, sobre o tema e começou no dia 07 e segue até 10 de dezembro. Durante o congresso 40 médicos passaram por testes que os tornam aptos a tratar a doença. “Isso significa que, ainda neste ano, o Brasil ganhará novos médicos
especializados para enfrentar um problema que já dura décadas”. Disse Salgado. Assista o vídeo com a entrevista completa com o médico.