Janeiro Roxo: momento de conscientizar sobre a hanseníase

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Janeiro Roxo, momento de conscientizar sobre a hanseníase. Foto: Freepik.

De janeiro a novembro de 2022 mais 340 novos casos foram diagnosticados no Espírito Santo

Por Patrícia Battestin

Janeiro não é só praia, é também um momento de falar sobre uma doença séria, com cura, mas muitas vezes subnotificada: a hanseníase. A campanha “Janeiro Roxo” reforça a necessidade de mobilização para combater essa doença, que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de países com maior número de diagnósticos.

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De acordo com especialistas, a hanseníase é uma doença subdiagostica. Muitas vezes a paciente convive por anos com o problema sem fazer o tratamento adequado. “É uma doença negligenciada, que Organização Mundial da Saúde declarou como eliminada no ano 2000, e a partir desta declaração os números só fizeram cair nos últimos 20 anos. Mas nós sabemos que essa queda não é real. É uma queda que nós chamamos de queda operacional, o que significa isso? Nós não estamos tendo capacidade de diagnosticar novos casos de hanseníase”, disse o presidente da sociedade brasileira de hansenologia Cláudio Salgado.

Neste mês de conscientização sobre os cuidados e a prevenção da hanseníase, a Secretaria da Saúde (Sesa) reforça a necessidade de atenção, mobilização e combate à doença. As ações do Janeiro Roxo também visam lembrar da importância do diagnóstico precoce e do tratamento que é ofertado de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além da luta contra o preconceito.

De acordo com a Sesa, o enfrentamento da hanseníase é feito a partir do diagnóstico precoce, do tratamento oportuno de todos os casos diagnosticados até a alta por cura, além da prevenção de incapacidades físicas e da vigilância dos contatos domiciliares e sociais (pessoas que estejam ou estiveram em contato muito próximo e prolongado com o doente).

“A hanseníase tem cura e o tratamento é ofertado gratuitamente pelas unidades de saúde do SUS. Mas, se a doença não for tratada, há riscos de complicações graves. Os pacientes precisam se dirigir aos serviços especializados e seguir as orientações da equipe de saúde para que se obtenham os melhores resultados de tratamento e controle da doença”, afirmou Eloísa Paschoal Rizzo, referência técnica do Programa Estadual de Hanseníase da Sesa.

A técnica destacou ainda que o diagnóstico precoce da hanseníase interrompe a cadeia de transmissão e evita novos adoecimentos, além de realizar a reabilitação nos casos em que ocorra eventual sequela da doença.

Os sintomas mais comuns são manchas com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato; formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência em membros inferiores ou superiores; diminuição da força muscular; dificuldade para pegar ou segurar objetos, ou manter calçados abertos nos pés; nervos engrossados e doloridos; e feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos.

Casos diagnosticados no Estado


A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica e causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos, com capacidade de ocasionar lesões neurais.

O número de casos no Estado reflete uma força de morbidade média. Em 2020, foram 325 novos diagnósticos, e, em 2021, foram 326. Já em 2022, de janeiro até o mês de novembro, foram 341 novos diagnósticos.