Crédito imobiliário: Qual a melhor forma de adquirir um imóvel?

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Ricardo Gava é especialista em crédito imobiliário e tem experiência de quase duas décadas no mercado. Foto: Divulgação

Especialista em crédito imobiliário, Ricardo Gava conta em entrevista a ES Brasil como está o mercado em Vitória

Por Amanda Amaral

O preço médio dos aluguéis de imóveis no país subiu 1,7% em maio de 2022, o que representa uma ligeira desaceleração frente à elevação apurada de 1,84% em abril, segundo o índice FipeZap+ de Locação Residencial, que avalia anúncios de imóveis em 25 cidades brasileiras.

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Porém, a variação mensal elevou para R$ 33,91 o valor médio do metro quadrado disponível para locação no Brasil. Desta forma, para alugar um “imóvel-padrão” de 65 metros quadrados em território nacional é necessário desembolsar, em média, em torno de R$ 2.200 todos os meses.

A ES Brasil entrevistou o especialista em crédito imobiliário, Ricardo Gava, para saber o que os indicadores apontam sobre Vitória e quais os melhores modelos de aquisição diante desse cenário.

Qual o cenário para quem pensa investir em imóveis em Vitória hoje?

O valor do metro quadrado hoje em Vitoria é de R$ 9.182. Houve um aumento de 0,46% em maio, se comparado a março, que registrou 1,37%, ou seja, em março subiu mais do que em maio. A variação vem decrescendo. Mas a variação em 12 meses foi de 22,66%.

É melhor alugar ou comprar para revender?

Com relação ao aluguel, o ideal é comparar com o financiamento imobiliário. O financiamento, mesmo com juros mais altos por causa da taxa Selic – 13,25% ao ano, se você pesquisar direito ainda está valendo a pena a aquisição por financiamento bancário. Além disso, se você der uma boa entrada, consegue pagar a prestação do financiamento.

Seria quase que o mesmo valor de um aluguel, a depender da entrada do cliente.
Vitória teve uma excelente valorização imobiliária no último ano. Isso prova que o investimento em imóvel, além de ser muito seguro traz ótimas rentabilidades, seja o interesse de alugar ou morar. Os juros hoje estão 8% ao ano, mas a valorização de Vitória nos últimos 12 meses foi de 22,66% no valor do metro quadrado. É um investimento seguro, o imóvel é uma moeda forte, dificilmente você vai ver ele se desvalorizar. E você poder ter uma renda passiva se optar por alugar.

Qual a melhor opção, consórcio ou financiamento?

Crédito imobiliário: Qual a melhor forma de adquirir um imóvel?
Houve um aumento de 0,46% em maio no valor do metro quadrado em Vitória. Foto: Divulgação/Galwan

Consórcio e financiamento são produtos diferentes. No financiamento o cliente tem a posse o direito da compra do imóvel no momento em que contratar o financiamento. É para quem quer comprar naquele momento. Para isso, é necessário ter recursos próprios para pagamento da entrada de pelo menos 10% do valor do imóvel.

No consórcio, você entra em um grupo com uma determinada carta de crédito, paga as parcelas mensais e quando for contemplado, seja por sorteio ou lance, sai à procura do imóvel. Anualmente, há a correção das parcelas, e da carta, para que seja possível acompanhar a valorização do bem imóvel até sua contemplação. A partir do momento que a carta é utilizada a correção anual se dará em cima somente das parcelas uma vez que o bem tem sua própria valoração. Por isso, o financiamento tem a questão do imediatismo, o consórcio é mais para quem pensa em aquisições futuras. O financiamento paga em média 8% ao ano. No consorcio, você não paga juros, mas a taxa de administração, que no mercado hoje está em torno de 20%, além da correção do índice contratual.

O que tem sido mais demandado pelos consumidores?

As pessoas têm procurado pelos dois. Na pandemia, houve um momento de procurarem pelo financiamento, porque muitas pessoas estavam trocando de imóvel no período, buscando melhores condições para viver.

A taxa Selic influencia no valor do financiamento, que hoje está em torno de 8% em média. Porém, a taxa Selic está a 13,25% ao ano. Se os juros sobem, o do financiamento também sobe, mas no caso dos imóveis não necessariamente. Então, se o cliente fizer a conta e tiver o dinheiro para comprar o imóvel à vista, vai obter a valorização do imóvel e do aluguel. Mas, por exemplo, se você aplicar R$ 1 milhão em renda fixa vai ter algo em torno de 12% ao ano. Já se financiar, vai pagar 8%, o que sobraria ainda 4% de lucro.

Ricardo Gava é proprietário da Gava Crédito Imobiliários e possui quase duas décadas de experiência no mercado de crédito junto a instituições nacionais e internacionais.