Vale aposta R$ 700 milhões em startups

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O Fundo Floresta e Clima investirá em restauração e proteção florestal em larga escala como é o caso do Sistema Agroflorestal. Foto: Divulgação/Vale

Os investimentos serão aplicados em tecnologias que ajudem a Vale a reduzir emissões de carbono e resíduos, e na preservação florestal

Por Amanda Amaral

Visando criar novas oportunidades de negócios e tecnologias que possam ser incorporadas em suas operações, a Vale (VALE3) criou sua iniciativa de Corporate Venture Capital (CVC) – capital de risco, a Vale Ventures. Além disso, a mineradora também criou o Fundo Floresta e Clima, para iniciativas que gerem impacto positivo na área de floresta e clima. Ambas as iniciativas foram divulgadas em junho.

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No caso da Vale Ventures, o objetivo é investir em startups em estágio inicial. O capital do fundo é de US$ 100 milhões, em torno de R$ 500 milhões. O foco dos investimentos está relacionado a quatro temas: descarbonização na cadeia da mineração; mineração sem resíduo; metais de transição energética; e mineração do futuro, com investimento em novas tecnologias.

Novas oportunidades de negócios

A ideia é investir em tecnologias que ajudem a companhia e seus clientes a reduzirem emissões de carbono e a reduzirem resíduos e o impacto ambiental dos processos. O investimento deve auxiliar também no fomento a economia circular e na aceleração da capacidade de fornecer metais essenciais para transição energética e impulsionadores emergentes da demanda, além de mudar a forma como as mineradoras executam seus negócios.

“Colaboraremos com startups com visão de futuro que tragam grandes ideias e pensamento arrojado para esses desafios monumentais”, afirma o líder da Vale Ventures, Viktor Moszkowicz.

Ele complementou: “Ao montarmos um portfólio de soluções disruptivas, nós podemos gerar retorno financeiro e estratégico, criando novas oportunidades de negócios, insights e conhecimento para a Vale, clientes e sociedade”. Para se cadastrar, as startups devem acessar o site da companhia. site www.vale.com/valeventures.

Floresta e clima

No início do mês, a mineradora lançou também o Fundo Floresta e Clima, com aporte do Fundo Vale (FV) em parceria com a KTPL, gestora de venture capital. O objetivo é investir em participações em startups que gerem impacto positivo na área de floresta e clima.

A iniciativa prevê R$ 200 milhões em aportes ao longo dos próximos cinco anos. O prazo de duração é de 10 anos, podendo ser estendido por mais dois. Neste caso, as áreas de atuação são florestas, carbono, bioeconomia e economia regenerativa.

O objetivo é apostar em tecnologias com potencial para reduzir custos e aumentar eficiência da certificação de créditos de carbono, além de restauração e proteção florestal em larga escala. Um exemplo são os Sistemas Agroflorestais. 

Vale aposta R$ 700 milhões em startups
Novas tecnologias podem destravar gargalos estruturantes, disse o gerente do Fundo Vale & Participações, Gustavo Luz. Foto: Bruna Tassis/Vale

O Fundo Floresta e Clima busca startups em diferentes estágios de desenvolvimento, da fase inicial, o chamado pré-seed, passando pelo seed, até a etapa de captação série A. Podem fazer parte do fundo desde fintechs que estejam desenvolvendo soluções para créditos de carbono até agtechs que atuem com rastreabilidade e melhoramento genético, biofertilizantes e agricultura de precisão.

Meta florestal da Vale

“Ao longo dos investimentos em novos negócios de impacto para a meta florestal da Vale, percebemos que um dos grandes desafios para a larga escala é o de destravar gargalos estruturantes para a cadeia como um todo. Com isso, decidimos nos dedicar à estruturação do novo fundo em parceria com a KPTL com a crença de que, ao investir em soluções tecnológicas que tragam respostas para a redução de custo e aumento da eficiência na atuação florestal e na mitigação das mudanças climáticas, vamos gerar valor para o ecossistema como um todo”, explica Gustavo Luz, gerente do Fundo Vale & Participações.

Além da KPTL, atuarão na estruturação do fundo a aceleradora Troposlab e as consultorias Imaflora, com longa trajetória socioambiental, e Resultante, especialista em ESG. O Fundo Vale é responsável pela coordenação e implantação da meta florestal da empresa de recuperar e proteger mais 500 mil hectares de florestas até 2030.

Com informações da Vale.