24.4 C
Vitória
sexta-feira, 26 abril, 2024

Setor naval volta com força ao Espírito Santo

Ilustrau00e7u00e3o do projeto do Estaleiro Jurong AracruzA indústria naval brasileira, após períodos de crise, renasce ancorada pela aceleração da expansão do petróleo offshore e também pelo incremento do transporte marítimo no mundo.

A fase de oportunidades para a indústria naval brasileira já se reflete de forma positiva para o Espírito Santo, que vai receber o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), de grande porte e um dos mais modernos no mundo. Com a implantação desse empreendimento, o Espírito Santo caminha a passos largos para se transformar em um importante polo naval do país. A construção de outros projetos já anunciados contribuirá para a consolidação do setor no Estado.

- Continua após a publicidade -

A decisão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, de priorizar estaleiros locais de navios e equipamentos de exploração e produção de petróleo pela Petrobras foi uma das medidas que contribuíram para dinamizar a indústria naval nacional. Com a medida governamental, a Transpetro lançou o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), licitando petroleiros de grande porte em estaleiros locais.

Com isso, os estaleiros em reativação entraram em fase de consolidação e expansão, e grandes grupos empresariais brasileiros e estrangeiros apostaram na construção de novos estaleiros em diversas regiões do Brasil. Hoje, já são 47 os estaleiros implantados, em fase de implantação ou expansão.

A boa fase para o setor no Estado foi facilitada pela logística do Petróleo logo no início da década de 2000, quando o foco da indústria naval se voltou para atender à tal logística. Programas do governo como o Navega Brasil também contribuíram para o crescimento do setor, pois trouxeram modificações nas condições de crédito aos armadores e estaleiros.

Tal mudança favoreceu a decisão da Petrobras de criar a alternativa local para a construção dos novos navios tipo PSV, embarcações tecnologicamente concebidos para operação de apoio à exploração e produção de petróleo em águas profundas.

Os empreendimentos previstos para o Espírito Santo no segmento da indústria naval, nos próximos três a cinco anos, demandarão investimentos da ordem de
R$ 2,5 bilhões e vão gerar 19,5 mil postos de trabalho, sendo 8,5 mil no período das obras e 11 mil na operação. O maior desses empreendimentos é o Estaleiro Jurong, em fase de implantação em Barra do Sahy, município de Aracruz.

O estaleiro já começa com o compromisso de entregar, em 2015, para a Guarapari Drilling B.V, Netherlands, uma subsidiária da Sete Brasil, o primeiro navio-sonda fabricado no Brasil. A embarcação será utilizada para a perfuração de campos petrolíferos na área do pré-sal. A construção da sonda começa antes mesmo do término da implantação do estaleiro. “A construção da primeira sonda vai ser a semente das outras oportunidades que teremos no Espírito Santo nessa área”, destaca a subscretária estadual de Desenvolvimento, Cristina Santos.

Na semana seguinte à assinatura do contrato para a construção do primeiro navio-sonda brasileiro, o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA) foi um dos estaleiros selecionados pela Sete Brasil para a construção de 21 sondas de perfuração para a exploração da área do pré-sal. Além do EJA, foram selecionados para o pacote das 21 sondas, que custarão US$ 75 bilhões, os estaleiros Enseada do Paraguaçu (EEP), na Bahia; Keppel Fels e OSX, no Rio de Janeiro; e Rio Grande 2 (ERG2), no Rio Grande do Sul.

O EJA, na avaliação de Cristina, “é um projeto estruturante e a chave da partida” para a formação do polo naval no Estado, que além de ser uma atividade com grande potencial para a geração de emprego terá importância fundamental na diversificação da economia local. O polo naval representará ainda a oportunidade de qualificação das pessoas que serão contratadas. A indústria naval, explica, tem grande sinergia com as cadeias já instaladas no Estado, como as de mineração, siderurgia e celulose.

Os projetos da indústria naval, além do EJA, são os da Imetame e Carioca Engenharia (Aracruz), Nisibra e Nova Holanda (Vila Velha), Edison Chouest e Itaoca Offshore (Itapemirim). O polo naval atrairá para o Estado inúmeras empresas que integrarão a cadeia, lembra a subsecretária. Um dos segmentos que certamente serão alavancados é a indústria de móveis navais.

 

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA