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sexta-feira, 29 março, 2024

Setor naval volta com forçano Espírito Santo

Setor naval volta com forçano Espírito Santo

A indústria naval brasileira, após períodos de crise, renasce ancorada pela aceleração da expansão do petróleo offshore e também pelo incremento do transporte marítimo no mundo.

A fase de oportunidades para a indústria naval brasileira já se reflete de forma positiva para o Espírito Santo, que vai receber o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), de grande porte e um dos mais modernos no mundo. Com a implantação desse empreendimento, o Espírito Santo caminha a passos largos para se transformar em um importante polo naval do país. A construção de outros projetos já anunciados contribuirá para a consolidação do setor no Estado.

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A decisão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, de priorizar estaleiros locais de navios e equipamentos de exploração e produção de petróleo pela Petrobras foi uma das medidas que contribuíram para dinamizar a indústria naval nacional. Com a medida governamental, a Transpetro lançou o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), licitando petroleiros de grande porte em estaleiros locais.

Com isso, os estaleiros em reativação entraram em fase de consolidação e expansão, e grandes grupos empresariais brasileiros e estrangeiros apostaram na construção de novos estaleiros em diversas regiões do Brasil. Hoje, já são 47 os estaleiros implantados, em fase de implantação ou expansão.

A boa fase para o setor no Estado foi facilitada pela logística do Petróleo logo no início da década de 2000, quando o foco da indústria naval se voltou para atender à tal logística. Programas do governo como o Navega Brasil também contribuíram para o crescimento do setor, pois trouxeram modificações nas condições de crédito aos armadores e estaleiros.

Tal mudança favoreceu a decisão da Petrobras de criar a alternativa local para a construção dos novos navios tipo PSV, embarcações tecnologicamente concebidos para operação de apoio à exploração e produção de petróleo em águas profundas.

Os empreendimentos previstos para o Espírito Santo no segmento da indústria naval, nos próximos três a cinco anos, demandarão investimentos da ordem de
R$ 2,5 bilhões e vão gerar 19,5 mil postos de trabalho, sendo 8,5 mil no período das obras e 11 mil na operação. O maior desses empreendimentos é o Estaleiro Jurong, em fase de implantação em Barra do Sahy, município de Aracruz.

O estaleiro já começa com o compromisso de entregar, em 2015, para a Guarapari Drilling B.V, Netherlands, uma subsidiária da Sete Brasil, o primeiro navio-sonda fabricado no Brasil. A embarcação será utilizada para a perfuração de campos petrolíferos na área do pré-sal. A construção da sonda começa antes mesmo do término da implantação do estaleiro. “A construção da primeira sonda vai ser a semente das outras oportunidades que teremos no Espírito Santo nessa área”, destaca a subscretária estadual de Desenvolvimento, Cristina Santos.

Na semana seguinte à assinatura do contrato para a construção do primeiro navio-sonda brasileiro, o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA) foi um dos estaleiros selecionados pela Sete Brasil para a construção de 21 sondas de perfuração para a exploração da área do pré-sal. Além do EJA, foram selecionados para o pacote das 21 sondas, que custarão US$ 75 bilhões, os estaleiros Enseada do Paraguaçu (EEP), na Bahia; Keppel Fels e OSX, no Rio de Janeiro; e Rio Grande 2 (ERG2), no Rio Grande do Sul.

O EJA, na avaliação de Cristina, “é um projeto estruturante e a chave da partida” para a formação do polo naval no Estado, que além de ser uma atividade com grande potencial para a geração de emprego terá importância fundamental na diversificação da economia local. O polo naval representará ainda a oportunidade de qualificação das pessoas que serão contratadas. A indústria naval, explica, tem grande sinergia com as cadeias já instaladas no Estado, como as de mineração, siderurgia e celulose.

Os projetos da indústria naval, além do EJA, são os da Imetame e Carioca Engenharia (Aracruz), Nisibra e Nova Holanda (Vila Velha), Edison Chouest e Itaoca Offshore (Itapemirim). O polo naval atrairá para o Estado inúmeras empresas que integrarão a cadeia, lembra a subsecretária. Um dos segmentos que certamente serão alavancados é a indústria de móveis navais.

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