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sábado, 27 abril, 2024

Janot denuncia Sarney, Calheiros e Jucá na Lava Jato

Lava Jato: todos são acusados em inquérito que apurava recebimento de propina de contratos da estatal Transpetro. 

A lista de denunciados da Lava Jato aumentou em nove nomes nesta sexta-feira (25). A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal o ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL). Da mesma sigla, constam também os senadores Romero Jucá (RR), Garibaldi Alves (RN) e Valdir Raupp (RO).

A denúncia inclui ainda o ex-presidente José Sarney e o ex-senador Sérgio Machado, também do PMDB. e mais três acusados na Operação Lava Jato. Os administradores das empresas NM Engenharia e NM Serviços, Luiz Maramaldo e Nelson Maramaldo, e da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis.

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O inquérito está relacionado à investigação de corrupção na estatal Transpetro, que foi presidida por Machado. Essa é a segunda denúncia contra Renan no esquema de corrupção da Petrobras. Na primeira, em dezembro de 2016, ele foi acusado de receber, junto com o deputado Aníbal Gomes (PMDB/CE), o valor de R$ 800 mil da empreiteira Serveng.

Os acusados pelo procurador-geral Rodrigo Janot responderão pelos crimes de corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro. Os políticos do PMDB receberam propinas de contratos, por meio de doações declaradas a diretórios estaduais e municipais do partido. A PGR afirma que há “farto conjunto probatório” obtido a partir das delações de Sérgio Machado, Luiz Maramaldo e Fernando Reis.

No caso de José Sarney, a contratação da NM Engenharia pela Transpetro teria, como contrapartida, o repasse de valores a aliados do ex-presidente. Já em relação aos demais, os pagamentos estão associados à Odebrecht Ambiental.

Investigações lava Jato

O que chamou atenção foi o descompasso entre a concentração do eleitorado brasileiro e a divisão das doações entregues ao partido. Doze estados, que concentram apenas um terço dos eleitores, receberam dois terços dos valores em 2010 e 2014.

A delação de Machado traz áudio em que, segundo Janot, está claro que políticos do PMDB o sustentavam no cargo e a quem ele devia lealdade. Há também o polêmico relato de Romero Jucá sobre “estancar a sangria da Lava Jato”. Em um dos depoimentos, o delator afirma que a sua função era, primeiro “extrair o máximo possível de eficiência das empresas contratadas pela estatal, tanto em qualidade quanto em preço”. Em seguida, “o máximo possível de recursos ilícitos para repassar aos políticos que o garantiam no cargo”.

O caso do envolvimento da campanha do ex-deputado Gabriel Chalita, que era PMDB, com a Prefeitura de São Paulo em 2012 fez parte das investigações. Valdir Raupp, na época presidente do partido, teria pedido a Machado para financiar a campanha de Chalita, em nome de Temer. A nota divulgada pela PGR ressalta que Temer não foi investigado nesse inquérito, porque os fatos ocorreram antes dele assumir a Presidência, em maio de 2016.

 

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